- Foto: DivulgaçãoJúlio César Cardoso
Com nove deputados na Câmara, integrantes da bancada do PSC cobraram nesta quarta-feira, 24, mais espaço no governo em troca do apoio que tem dado em votações – cerca de 90%, segundo as contas dos parlamentares. A reivindicação foi feita por integrantes da legenda em café da manhã com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada. Fonte: Por Agência Estado.
Triste país de políticos (corruptos) mais interessados na distribuição do butim ou na fatia dos cargos do governo.
É a velha política em ação continuando a dominar a nação em busca de seu espaço para tungar o Erário através da nomeação de cupinchas para os caragos da República.
Não tem jeito. Renova-se o Parlamento, mas os vícios e as safadezas continuam impregnados no tecido político brasileiro. A alternativa seria, talvez, a instituição do voto facultativo, a candidatura avulsa sem vinculação partidária e a criação do voto distrital puro. Ressaltando-se que o voto obrigatório, uma excrecência democrática, é o responsável pela eleição e reeleição de políticos mequetrefes, bem como pela baixa qualidade dos políticos nacionais.
Este país vai de mal a pior. Sai o Lulismo e entra o Bolsonarismo com promessas falaciosas de combater a velha política, o toma lá, dá cá, a corrupção, mas logo em seguida, em busca de apoio político para não ser cassado, vai procurar o colo do Centrão, que o general de pijama Augusto Heleno cantarolou de ladrão.
Diferente do que pensam o deputado Gilberto Nascimento (PSC-SP) e o senador Ciro Nogueira (PP-PI) não é nada natural sob a ótica da moralidade pública parlamentar ir reivindicar espaço no governo para obter cargos ou outros benefícios. Os interesses políticos, eleitorais devem respeitar os princípios republicanos. Os interesses partidários não podem se sobrepor aos interesses da República, aos interesses da coletividade social.
Votar as propostas positivas de qualquer governo é dever ético e moral do parlamentar comprometido com o fortalecimento e desenvolvimento do país. Condicionar apoio ao governo mediante a troca de interesses quaisquer é praticar a velha política que tanto tem denegrido a imagem dos congressistas e que o presidente Bolsonaro prometeu combater, mas decepciona ao procurar o Centrão.
Parlamentar que se preze tem de se preocupar apenas com as suas funções constitucionais no Legislativo e não ficar pressionando governos a distribuir cargos a quem quer que seja, pois este filme já é velho conhecido da corrupção política brasileira.
Assim, quando se presencia o governo reunir-se com representantes do PSC para negociar a distribuição de cargos, a cena nos remete a um bando de urubus disputando o seu pedaço de carniça na mesa da imoralidade.
Júlio César Cardoso
Servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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