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  • Foto: DivulgaçãoJúlio César CardosoJúlio César Cardoso

Em artigo intitulado “Medo e Coragem”, publicado na Folha, Osmar Terra volta a defender sua tese que é a mesma de Jair Bolsonaro. E diz que admira “a coragem do presidente de se posicionar contra uma correnteza de pânico, se recusando a pegar carona no medo”.

“Compartilho da mesma posição do presidente Jair Bolsonaro de que é possível superar a epidemia e reduzir as perdas humanas sem radicalizar com isolamentos que vão quebrar o país e jogar milhões de brasileiros na miséria.” – Fonte: O Antagonista.

O sarcasmo do deputado Osmar Terra não tem comparação diante do flagelo do coronavírus. Veja só a maledicência e despautério de um parlamentar que vive interrompendo mandato e mamando nas tetas da nação: “Ficar em casa de quarentena curtindo Netflix é privilégio de poucos”.


Os frutos da política são deveras compensadores para que um médico permaneça na vida pública por todo este tempo.

Observa-se que Osmar Terra e Jair Bolsonaro comungam da mesma opinião ao situar os interesses da economia acima da relevância da vida humana.

O brasileiro precisa de trabalho sem dúvida para ganhar o pão de cada dia, como também os empresários para alavancar o desenvolvimento do país. Mas a situação atua é de grave aflição no país e no mundo, senão, por exemplo, Nova Iorque não estaria praticamente fechada e parada e o governo americano não teria injetado na economia dois trilhões de dólares para combater o coronavírus.

Ora, um país como o Brasil de grande dimensão territorial, de rede pública hospitalar sucateada e de governo que relativiza a epidemia como sendo uma gripezinha qualquer, já imaginou a ausência de quarentena/isolamento social contra a Covid-19? Seria uma grande tragédia

O caso de Espanha e Coreia do Sul, exemplos opostos de controle epidemiológico do coronavírus, serve de alerta ao Brasil. O país asiático conseguiu uma drástica redução do número de casos sem a necessidade de fechar grandes cidades, porque a população colaborou e o governo não desdenhou da epidemia. As medidas adotadas por ambos os países para fazer frente ao coronavírus, entretanto, foram diferentes.

É evidente que o indivíduo tem de trabalhar para prover o seu sustento, como também devem funcionar as empresas. Mas a liberação das atividades, neste momento, com aglomeração de pessoas, é uma irresponsabilidade. É como assinar o passaporte para a morte em massa, sem dúvida.

Assim, é preferível pecar por excesso para não ser surpreendido pela disseminação incontrolável da doença - recomendando quarentena/isolamento, zelando pela vida das pessoas, dos médicos, dos enfermeiros e sem sobrecarregar a rede pública de saúde - a se preocupar apenas com a saúde da economia, quando esta é perfeitamente passível de recuperação.

Júlio César Cardoso

Servidor federal aposentado

Balneário Camboriú-SC

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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