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A polêmica sobre o espancamento e morte de cidadão por seguranças do Carrefour


  • Foto: DivulgaçãoJúlio César CardosoJúlio César Cardoso

O espancamento até a morte de um homem (negro) por seguranças do supermercado Carrefour, em Porto Alegre, estarrece a todos e expõe o estado de violência por que passa a nossa sociedade.

Reprova-se qualquer atitude violenta contra alguém. E aqueles que se excederam no ato provocando a morte devem ser punidos exemplarmente com pena proporcional aos crimes praticados.


Mas os antecedentes do cidadão assassinado não eram de pessoa bem comportada. Já possuía histórico policial de indivíduo violento e de cometimento de outros delitos. Tudo isso deve ser sopesado, não para relativizar a responsabilidade dos criminosos, mas para ressaltar que não se tratava de cidadão de ilibada conduta. E quem não tem ilibada conduta acaba um dia encontrando o seu inglorioso fim.

Por sua vez, o supermercado não pode ser incriminado, pois duvido que seja de sua filosofia de mercado comungar com tais atitudes. Os responsáveis diretos bela barbárie foram sim os seguranças que se excederam no seu dever de ofício e, portanto, merecem ser punidos.

Levar o caso para o lado de questão racial, só porque o indivíduo morto era um afrodescendente e os agressores aparentemente brancos, é uma irresponsabilidade provocativa para que os movimentos negros se rebelem. E quem afirma que não seria da mesma forma trucidado um cidadão não negro que tivesse agido igual ao assassinado?

O problema de preconceito racial é uma mácula histórica no contexto das nações. Países considerados do Primeiro Mundo também praticam. Somente educação não põe fim ao preconceito, apenas atenua, porque o preconceito, não só o racial, está no caráter de cada indivíduo, na forma deformada malévola como ele vê e sente prazer de espezinhar o seu semelhante.

Fora do eixo Norte e Nordeste, por exemplo, os cidadãos dessas regiões costumam ser hostilizados e ridicularizados por seu biótipo, com considerações irônicas como as que temos ouvido ultimamente do presidente da República. Trata-se de preconceito latente próprio dos indivíduos incivilizados e de difícil erradicação.

Falar em preconceito racial estrutural no Brasil não me parece correto. O que ocorre no país é apenas um problema de condição social por falta de políticas públicas sociais inclusivas para todos: negros, brancos pobres etc., para que ambos, através do recebimento de educação pública de qualidade, possam se sobressair por suas próprias qualidades e competências.

Não podemos negar, entretanto, que os afrodescendentes sofrem em todas as nações incivilizadas. A maldade é do ser humano. Somente os negros bem-sucedidos e que não se expõem ao público gozam de relativo respeito.

A questão racial sempre existirá. Adolf Hitler já defendia a raça pura, a raça branca, a “raça ariana”.

Júlio César Cardoso

Servidor federal aposentado

Balneário Camboriú-SC

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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