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A moralização do Brasil é muito difícil


  • Foto: DivulgaçãoJúlio César CardosoJúlio César Cardoso

O ex-senador Delcídio do Amaral, cassado em 2016, atualmente filiado ao PTC do Mato Grosso do Sul, aposentou-se como senador, abiscoitando à custa dos contribuintes o salário de R$ 11.500 mil. Delcídio foi o primeiro senador preso na Operação Lava-Jato.

O Brasil não tem jeito. Sempre será assim. O indivíduo ingressa na política para exercer mandato temporário, mas tem recôndita a intenção solerte de tirar vantagem da coisa pública, lamentavelmente. Ser político no Brasil é um grande negocio, é como acertar na loteria, dadas as vantagens auferidas no presente e no futuro.

Toda essa pouca-vergonha poderia ser evitada se a nossa Justiça fosse diligente e impedisse o saque ao Erário para bancar a boa vida de muitos espertalhões.


Vejam, recentemente a apresentadora Xuxa Meneghel reivindicou e conseguiu receber a pensão militar deixada por seu pai, tenente-coronel do Exército, e está doando todo o valor para a mulher que viveu os últimos dias ao seu lado, de acordo com informações do colunista Léo Dias, do UOL. É uma vergonha que a Justiça ainda dê direito a que uma milionária faça uso de pensão de ex-militar.

Assim, como se pode ter esperança de um Brasil moralizado? Mas o movimento de moralização do país depende apenas de nós. E para isso é necessário que sejamos resolutos em denunciar sempre os descaminhos e as indecências do país, protagonizados principalmente por políticos e governos indecorosos. Entretanto, o comodismo da maioria tem contribuído para que o país jamais seja passado a limpo.

Falta dinheiro para a saúde onde os hospitais públicos estão sucateados e a população carente não tem o direito nem de ficar doente. Mas há recursos para bancar aposentadorias e pensões imorais.

Enquanto segmentos sociais se beneficiam descaradamente da leniência de autoridades, de instituições e da própria lei, robustecendo o seu patrimônio, mais de treze milhões de pessoas estão desempregadas, endividadas, passando fome e sem lares, em todo o país.

Julio César Cardoso

Servidor federal aposentado

Balneário Camboriú-SC

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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