* Por Júlio César Cardoso
O senador Fernando Collor (PTB-AL) usou a tribuna do Senado nesta segunda-feira (26) para se manifestar sobre os depósitos recebidos do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, deflagrada em março último pela Polícia Federal (PF) para desbaratar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões.
No entanto, ele se limitou a criticar a revista Veja, que publicou matéria o vinculando a alvos da operação, e a dizer que “tudo precisa ser bem esclarecido, no seu devido tempo e no seu devido lugar”. Negou envolvimento com Youssef.
O ex-presidente da República disse que vai fazer uma consulta oficial à PF, à Justiça Federal e ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso a documentos e a todas as informações, especialmente sobre o vazamento dos oito comprovantes dos depósitos encontrados pela polícia no escritório do doleiro, em São Paulo. “Somente com dados mais concretos poderei, com maior detalhamento, falar desta tribuna. Afinal, não convém, de forma prematura, alimentar uma contenda contra um veículo [de comunicação] cujo objetivo é tão somente me acusar, me julgar, me denegrir e tentar me condenar junto à opinião publica”.
Os depósitos somam R$ 50 mil e foram efetuados em 2013. O discurso na tribuna foi o primeiro pronunciamento após a divulgação da apreensão. “Não conheço Alberto Youssef. Nunca mantive qualquer relacionamento de ordem pessoal ou política com ele. O mesmo afirmo em relação à Paulo Roberto Costa [ex-diretor da Petrobras preso na Lava Jato]“, disse Collor. Fonte: Congresso em Foco.
É um direito do senador de reprochar qualquer acusação, assim como processar os seus difamadores. Mas, independente de ter ou não vasado ao público informações consideradas "sigilosas", Collor é um homem público, senador da República, pago pelos contribuintes nacionais, e, conforme está publicado, constam em seu nome, feitos pelo doleiro, cinco recibos de depósitos em dinheiro.
Qualquer pessoa de responsabilidade, diante do fato revelado e que nada tenha a esconder, procuraria imediatamente esclarecer a verdadeira natureza dos depósitos e disponibilizaria o seu sigilo bancário. E é o que eu faria, se fosse comigo.
Assim, esperava-se que o discurso no Senado fosse não apenas para manifestar a sua contrariedade, mas também para explicar a natureza dos depósitos em dinheiro que o doleiro - que o senador diz não conhecer - fez em seu nome.
O contribuinte nacional espera que o senador dê melhores explicações, pois não adianta agora criticar a revista Veja. Aliás, não fosse a contestada mídia nacional, com todos os seus defeitos, a sociedade brasileira não ficaria sabendo do submundo da política nacional, e o mensalão é prova mais inconteste.
* Por Júlio César Cardoso é bacharel em Direito e servidor federal aposentado
O senador Fernando Collor (PTB-AL) usou a tribuna do Senado nesta segunda-feira (26) para se manifestar sobre os depósitos recebidos do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, deflagrada em março último pela Polícia Federal (PF) para desbaratar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões.
No entanto, ele se limitou a criticar a revista Veja, que publicou matéria o vinculando a alvos da operação, e a dizer que “tudo precisa ser bem esclarecido, no seu devido tempo e no seu devido lugar”. Negou envolvimento com Youssef.
O ex-presidente da República disse que vai fazer uma consulta oficial à PF, à Justiça Federal e ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso a documentos e a todas as informações, especialmente sobre o vazamento dos oito comprovantes dos depósitos encontrados pela polícia no escritório do doleiro, em São Paulo. “Somente com dados mais concretos poderei, com maior detalhamento, falar desta tribuna. Afinal, não convém, de forma prematura, alimentar uma contenda contra um veículo [de comunicação] cujo objetivo é tão somente me acusar, me julgar, me denegrir e tentar me condenar junto à opinião publica”.
Os depósitos somam R$ 50 mil e foram efetuados em 2013. O discurso na tribuna foi o primeiro pronunciamento após a divulgação da apreensão. “Não conheço Alberto Youssef. Nunca mantive qualquer relacionamento de ordem pessoal ou política com ele. O mesmo afirmo em relação à Paulo Roberto Costa [ex-diretor da Petrobras preso na Lava Jato]“, disse Collor. Fonte: Congresso em Foco.
É um direito do senador de reprochar qualquer acusação, assim como processar os seus difamadores. Mas, independente de ter ou não vasado ao público informações consideradas "sigilosas", Collor é um homem público, senador da República, pago pelos contribuintes nacionais, e, conforme está publicado, constam em seu nome, feitos pelo doleiro, cinco recibos de depósitos em dinheiro.
Qualquer pessoa de responsabilidade, diante do fato revelado e que nada tenha a esconder, procuraria imediatamente esclarecer a verdadeira natureza dos depósitos e disponibilizaria o seu sigilo bancário. E é o que eu faria, se fosse comigo.
Assim, esperava-se que o discurso no Senado fosse não apenas para manifestar a sua contrariedade, mas também para explicar a natureza dos depósitos em dinheiro que o doleiro - que o senador diz não conhecer - fez em seu nome.
O contribuinte nacional espera que o senador dê melhores explicações, pois não adianta agora criticar a revista Veja. Aliás, não fosse a contestada mídia nacional, com todos os seus defeitos, a sociedade brasileira não ficaria sabendo do submundo da política nacional, e o mensalão é prova mais inconteste.
* Por Júlio César Cardoso é bacharel em Direito e servidor federal aposentado
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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