Por Arthur Teixeira Junior*
Mas, também, não vou “dar ponto” com quem não compartilho opiniões. Existem jornalistas, escritores e apresentadores com os quais não concordo de forma alguma, sobre nenhum assunto. Não leio suas reportagens, não assisto seus programas, não comento seus artigos. Mas a eles, todo o direito de expressarem-se e agradarem seus admiradores.
Existem pessoas que só sei que continuam vivas quando destilam seu ódio e suas frustrações mal resolvidas ao comentarem minhas crônicas, contabilizando acessos a este espaço. Sinal que me dão importância, pois, se assim não o fosse, sequer leriam este escriba. O Analista de Bagé explica!
Pelos corredores, alguns colegas perguntam-me “quando irei publicar um novo artigo”.
Escrever não é como fazer um Nissin. Há necessidade de termos o assunto, a idéia, e, principalmente, a inspiração. Uma crônica pode demorar semanas para ser elaborada, assim como pode ser concebida em poucos minutos, dependendo de nosso estado de espírito e da graduação alcoólica da bebida. E, depois disso, precisa ser depurada, corrigida, adaptada ao veículo onde será eventualmente publicada.
No último artigo que remeti, escrevi “dar-se-á”, usando uma construção gramatical chamada mesóclises.
Meu editor, sabiamente, substituiu-a por “será”. Correto! É função, e obrigação, do editor prezar pela clareza dos textos publicados.
Na escola aprendemos (pelo menos os mais antigos que estudaram de fato) uma série de temas que nunca mais tivemos oportunidade de usá-los. Eu, por exemplo, sei (decorei) todos os afluentes da margem esquerda do Rio Amazonas, qual o nome da Capital de Moçambique, a moeda usada na União Soviética (hoje Rússia) e o ano da erupção do Vesúvio quando destruiu Pompéia, além do Teorema de Talles e como calcular a quantidade de átomos em uma molécula.
Pergunto-me: Para que serve-me isto hoje?
Dentre estes aprendizados inúteis, inclui-se a mesóclises. Mesóclises é quando o pronome está inserido no meio do verbo, e somente pode ser usado no futuro do pretérito ou no futuro do presente. Como em “dar-se-á”.
Para quem não souber usar a mesóclises, como Jânio Quadros o fazia perfeitamente, é fácil: basta inserir “-se-á” ao final de qualquer palavra.
Por exemplo:
“_ Vai despachar-se-á este processo hoje, os só amanhã-se-á?
_ Claro que não, que lasque-se-á o contribuinte!
_ Não acredito-se-á que falou-se-á assim comigo!
_ É mesmo, desculpe-me-se-á!”
Vá treinando. E consiguerá-se-á.
Inspirado no ótimo texto de Sandra L, www.loucodamotoserra.blogspot.com
* Arthur Teixeira Junior é funcionário público
Imagem: ReproduçãoArthur Teixeira Júnior
A unanimidade é burra. Um grupo de pessoas, com opiniões unânimes sobre determinados assuntos, certamente não evoluem, não acrescentam nada um ao outro. Importante a divergência para o desenvolvimento das idéias.Mas, também, não vou “dar ponto” com quem não compartilho opiniões. Existem jornalistas, escritores e apresentadores com os quais não concordo de forma alguma, sobre nenhum assunto. Não leio suas reportagens, não assisto seus programas, não comento seus artigos. Mas a eles, todo o direito de expressarem-se e agradarem seus admiradores.
Existem pessoas que só sei que continuam vivas quando destilam seu ódio e suas frustrações mal resolvidas ao comentarem minhas crônicas, contabilizando acessos a este espaço. Sinal que me dão importância, pois, se assim não o fosse, sequer leriam este escriba. O Analista de Bagé explica!
Pelos corredores, alguns colegas perguntam-me “quando irei publicar um novo artigo”.
Escrever não é como fazer um Nissin. Há necessidade de termos o assunto, a idéia, e, principalmente, a inspiração. Uma crônica pode demorar semanas para ser elaborada, assim como pode ser concebida em poucos minutos, dependendo de nosso estado de espírito e da graduação alcoólica da bebida. E, depois disso, precisa ser depurada, corrigida, adaptada ao veículo onde será eventualmente publicada.
No último artigo que remeti, escrevi “dar-se-á”, usando uma construção gramatical chamada mesóclises.
Meu editor, sabiamente, substituiu-a por “será”. Correto! É função, e obrigação, do editor prezar pela clareza dos textos publicados.
Na escola aprendemos (pelo menos os mais antigos que estudaram de fato) uma série de temas que nunca mais tivemos oportunidade de usá-los. Eu, por exemplo, sei (decorei) todos os afluentes da margem esquerda do Rio Amazonas, qual o nome da Capital de Moçambique, a moeda usada na União Soviética (hoje Rússia) e o ano da erupção do Vesúvio quando destruiu Pompéia, além do Teorema de Talles e como calcular a quantidade de átomos em uma molécula.
Pergunto-me: Para que serve-me isto hoje?
Dentre estes aprendizados inúteis, inclui-se a mesóclises. Mesóclises é quando o pronome está inserido no meio do verbo, e somente pode ser usado no futuro do pretérito ou no futuro do presente. Como em “dar-se-á”.
Para quem não souber usar a mesóclises, como Jânio Quadros o fazia perfeitamente, é fácil: basta inserir “-se-á” ao final de qualquer palavra.
Por exemplo:
“_ Vai despachar-se-á este processo hoje, os só amanhã-se-á?
_ Claro que não, que lasque-se-á o contribuinte!
_ Não acredito-se-á que falou-se-á assim comigo!
_ É mesmo, desculpe-me-se-á!”
Vá treinando. E consiguerá-se-á.
Inspirado no ótimo texto de Sandra L, www.loucodamotoserra.blogspot.com
* Arthur Teixeira Junior é funcionário público
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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