*Deusval Lacerda de Moraes
O governador Wilson Martins tanto que se encantou com os Estados Unidos em sua recente visita, mas parece que de lá não extraiu nenhuma lição. Nos EEUU não se cria órgão público do nada. Na América, os organismos públicos são realmente producentes por suas formações, abrangências e atribuições. Toda e qualquer repartição pública naquele País tem como base estudos da necessidade, viabilidade e resultado, ou seja, é projetada e planejada. O contribuinte é um fiscal severo da gestão pública e, por isso, não deixa ser lesado sem tomar as providências. Os governantes sabem disso, tanto que nem se ousam brincar em serviço. Os americanos construíram sua Pátria com mola mestra na meritocracia e em hipótese alguma na “amigocracia”.
No Piauí, injustificadamente, faz-se confusão entre meritocracia e “amigocracia”. Urge acabar com isso, porque o Estado não suporta mais tanta inação. É essencial que alguns políticos aprendam melhor o nosso vernáculo para não fazerem uma coisa pensando que é outra. Desconfia-se, inclusive, que tal confusão é mesmo a propósito, ou melhor, é para confundir a opinião pública. Por via das dúvidas, os dicionaristas da língua portuguesa conceituam meritocracia como promoção por mérito pessoal, isto é, pessoa mais trabalhadora, mais dedicada, mais bem dotada intelectual e de conhecimento técnico e científico da sua atividade laboral. Ao passo que “amigocracia” é aquele que ocupa cargo público apenas por ser amigo do manda-chuva de plantão ou por conveniência político-eleitoreira, sem valorizar o mérito, mas superestimada a sua adoração e submissão ao governante.
Não dá mais para errar. Só que o atual governo errou, e feio. Será que foi mesmo a propósito ou por engano? Sim e não. Sem mais delongas, vai-se ao que interessa. No Piauí, não cabe a famigerada Secretaria de Mineração, Petróleo e Energia Renovável criada recentemente. Ela não tem nenhuma funcionalidade no Estado. Tudo foi articulado apenas para acomodar “amigos do peito” nas tetas do erário (trem da alegria de 21 novos cargos iniciais). Tanto que na oficialização da Secretaria, em 17 de janeiro, só se ouviu justificativas que não têm nada a ver com a realidade piauiense, sendo tudo peça de retórica bem elaborada para engabelar os desatentos.
Trazer usina de biodiesel para o Piauí? É conversa fiada. Tal energia renovável no Brasil há muito tempo que fracassou. A usina de biodiesel de Floriano prova isso (Brasil Ecodiesel). É reconhecido internacionalmente que o biodiesel, atualmente, não é competitivo em relação ao óleo diesel, sem que haja fortes incentivos fiscais do governo. Dizer que o Piauí tem petróleo, é chacota. Os estudos que atestam isso não passam de imaginação criadora de quem vai se beneficiar das benesses do novo órgão. Pesquisas empoeiradas? Nunca existiram tais pesquisas aqui. Mas para fazer pesquisas, atualizar dados, elaborar perfis técnicos e setoriais tanto na área de recursos minerais como na da economia exigem investimentos públicos com excelentes corpos técnicos, que nem existem no Piauí, mas o governador do Estado e o Secretário de Planejamento já disseram que o governo não vai arcar com nenhuma despesa com a nova Secretaria.
Órgão público que se diz tratar de estudos energéticos, pesquisas geológicas e projetos industriais que funciona numa sala anexa ao Palácio de Karnak e que o próprio governador diz que o resultado só sairá daqui a quatro anos, quando nem mais estará no governo, é de brincadeirinha. Vem outro governante austero e comprometido com o planejamento do Estado e extingue-a por não ter utilidade.
O ocupante da nova pasta disse que vai priorizar a mineração industrial e das rochas e que não se vai mais importar insumos para a agricultura e a construção civil, pois tudo vai ser feito agora no Piauí. Como? Quem vai investir cifras vultosas em plataformas industriais de produção fictícia? Na verdade, são frases feitas e palavras ao vento. O titular já foi Secretário do Meio Ambiente, Diretor-Presidente da PIEMTUR, Diretor do Instituto de Desenvolvimento do Piauí (IDEPI) e não revolucionou nada. É como a história do carnavalesco que fantasia a realidade dos fatos na passarela do Carnaval, mas já na quarta-feira de cinzas volta tudo como dantes no Quartel de Abrantes. Os piauienses não toleram mais tantos cargos-chefes alegóricos!
*Deusval Lacerda de Moraes é Pós-Graduado em Direito
O governador Wilson Martins tanto que se encantou com os Estados Unidos em sua recente visita, mas parece que de lá não extraiu nenhuma lição. Nos EEUU não se cria órgão público do nada. Na América, os organismos públicos são realmente producentes por suas formações, abrangências e atribuições. Toda e qualquer repartição pública naquele País tem como base estudos da necessidade, viabilidade e resultado, ou seja, é projetada e planejada. O contribuinte é um fiscal severo da gestão pública e, por isso, não deixa ser lesado sem tomar as providências. Os governantes sabem disso, tanto que nem se ousam brincar em serviço. Os americanos construíram sua Pátria com mola mestra na meritocracia e em hipótese alguma na “amigocracia”.
No Piauí, injustificadamente, faz-se confusão entre meritocracia e “amigocracia”. Urge acabar com isso, porque o Estado não suporta mais tanta inação. É essencial que alguns políticos aprendam melhor o nosso vernáculo para não fazerem uma coisa pensando que é outra. Desconfia-se, inclusive, que tal confusão é mesmo a propósito, ou melhor, é para confundir a opinião pública. Por via das dúvidas, os dicionaristas da língua portuguesa conceituam meritocracia como promoção por mérito pessoal, isto é, pessoa mais trabalhadora, mais dedicada, mais bem dotada intelectual e de conhecimento técnico e científico da sua atividade laboral. Ao passo que “amigocracia” é aquele que ocupa cargo público apenas por ser amigo do manda-chuva de plantão ou por conveniência político-eleitoreira, sem valorizar o mérito, mas superestimada a sua adoração e submissão ao governante.
Não dá mais para errar. Só que o atual governo errou, e feio. Será que foi mesmo a propósito ou por engano? Sim e não. Sem mais delongas, vai-se ao que interessa. No Piauí, não cabe a famigerada Secretaria de Mineração, Petróleo e Energia Renovável criada recentemente. Ela não tem nenhuma funcionalidade no Estado. Tudo foi articulado apenas para acomodar “amigos do peito” nas tetas do erário (trem da alegria de 21 novos cargos iniciais). Tanto que na oficialização da Secretaria, em 17 de janeiro, só se ouviu justificativas que não têm nada a ver com a realidade piauiense, sendo tudo peça de retórica bem elaborada para engabelar os desatentos.
Trazer usina de biodiesel para o Piauí? É conversa fiada. Tal energia renovável no Brasil há muito tempo que fracassou. A usina de biodiesel de Floriano prova isso (Brasil Ecodiesel). É reconhecido internacionalmente que o biodiesel, atualmente, não é competitivo em relação ao óleo diesel, sem que haja fortes incentivos fiscais do governo. Dizer que o Piauí tem petróleo, é chacota. Os estudos que atestam isso não passam de imaginação criadora de quem vai se beneficiar das benesses do novo órgão. Pesquisas empoeiradas? Nunca existiram tais pesquisas aqui. Mas para fazer pesquisas, atualizar dados, elaborar perfis técnicos e setoriais tanto na área de recursos minerais como na da economia exigem investimentos públicos com excelentes corpos técnicos, que nem existem no Piauí, mas o governador do Estado e o Secretário de Planejamento já disseram que o governo não vai arcar com nenhuma despesa com a nova Secretaria.
Órgão público que se diz tratar de estudos energéticos, pesquisas geológicas e projetos industriais que funciona numa sala anexa ao Palácio de Karnak e que o próprio governador diz que o resultado só sairá daqui a quatro anos, quando nem mais estará no governo, é de brincadeirinha. Vem outro governante austero e comprometido com o planejamento do Estado e extingue-a por não ter utilidade.
O ocupante da nova pasta disse que vai priorizar a mineração industrial e das rochas e que não se vai mais importar insumos para a agricultura e a construção civil, pois tudo vai ser feito agora no Piauí. Como? Quem vai investir cifras vultosas em plataformas industriais de produção fictícia? Na verdade, são frases feitas e palavras ao vento. O titular já foi Secretário do Meio Ambiente, Diretor-Presidente da PIEMTUR, Diretor do Instituto de Desenvolvimento do Piauí (IDEPI) e não revolucionou nada. É como a história do carnavalesco que fantasia a realidade dos fatos na passarela do Carnaval, mas já na quarta-feira de cinzas volta tudo como dantes no Quartel de Abrantes. Os piauienses não toleram mais tantos cargos-chefes alegóricos!
*Deusval Lacerda de Moraes é Pós-Graduado em Direito
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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