*Deusval Lacerda de Moraes
O que é estatística? Numa conceituação simples, quer dizer que é o conjunto de métodos usados para analisar dados. E o que é método? É o conjunto de regras básicas de como se deve proceder a fim de produzir conhecimento dito científico, que seja este um novo conhecimento quer seja fruto de uma integração, correção (evolução) ou uma expansão da área de abrangência de conhecimentos pré-existentes. Trocando em miúdo: o padrão de variação nos dados faz com que a resposta não seja óbvia.
Pois nas eleições de 2012 do Piauí, o que se viu nos resultados das pesquisas eleitorais foi exatamente o contrário do preceituado acima, por haver uma enxurrada de institutos de pesquisas sobre os mesmos candidatos pela manhã, ao meio-dia, à tarde, à noitinha, na meia-noite e até no dia amanhecer. E cada uma com dados completamente diferente das outras, e no mesmo contexto, no mesmo universo eleitoral, no mesmo município e dos mesmos postulantes ao cargo eletivo. O que assim muitas delas estão claramente fugindo do método científico que exige a estatística para os dados se aproximarem o máximo possível da realidade dos fatos, pois como se procederam fica a dúvida se não agiam unicamente para atender interesses políticos escusos.
O segundo turno das eleições de Teresina foi uma vergonha para alguns institutos de pesquisas de opinião pública. Negaram descaradamente a conceituação de método. Houve discrepâncias as mais horrorosas possíveis em relação ao verdadeiro resultado da eleição. Foi pura sacanagem. Nenhum instituto previu 3% de vantagem para o candidato tucano, foi sempre mais. Pois até o instituto que numa semana deu 0,7% para o Elmano na outra semana apareceu com 10% para o Firmino. Isso, em ciência, é inconcebível, sobretudo no caso do Elmano que ficou em segundo lugar no primeiro turno com uma diferença de apenas 5% do primeiro lugar. E que recebeu reforço eleitoral de quem teve 103 mil votos no primeiro turno (PT+PSB), subtraindo hipoteticamente a votação de algumas lideranças que não seguiram a aliança, era improvável os tucanos passarem de 5% no segundo turno. A sua luta era exclusivamente estancar o crescimento do Elmano para na nova configuração eleitoral não superá-los, como de fato ocorreu.
Teve resultado de pesquisas que o descaramento foi demais. No segundo turno, foi uma profusão de pesquisas afirmando a vitória tranqüila do Firmino, com o único objetivo de inculcar no eleitor desavisado que o resultado tucano eram favas contadas, apelando para o chamado voto útil. É injustificável que algumas delas deixassem o patamar eleitoral do candidato Elmano no mesmo nível dos votos que ele recebeu no primeiro turno, e tal incongruência aconteceu. Tiveram o desplante de querer demonstrar que mesmo Elmano recebendo a adesão do PT e do PSB, que obtiveram razoável votação no primeiro turno, não significaria eleitoralmente nada e ele recebeu mais de 60 mil votos do que teve no primeiro turno. O Ibope ficou igual ao samba do crioulo doido, na última pesquisa do primeiro turno deu 8% para o Elmano quando foi 5% para o Firmino e na última do segundo turno deu 8% para o Firmino quando saiu apenas 3% para o candidato tucano.
Assim, a maioria dos institutos de pesquisas do Piauí, no segundo turno das eleições de Teresina, prestou grande desserviço à democracia, à cidadania e à lisura do pleito eleitoral, quando tentou a todo custo através de dados não condizentes com a verdade manipular a população a favor de um candidato em detrimento do outro, quando deveria mostrar a tendência verdadeira do eleitorado com o único compromisso de colaborar com uma eleição justa para a sua cidade e o seu Estado. Por essas e por outras é que no Congresso Nacional está em tramitação o Projeto de Lei para regulamentar os institutos de pesquisas de opinião pública no Brasil, prevendo severas penas pecuniárias ou o próprio fechamento dos institutos. E este Projeto tem de ser aprovado urgentemente para moralizar algumas pesquisas eleitorais no País, que com os seus métodos antidemocráticos e anti-republicanos estão desvirtuando a democracia e a cidadania brasileira.
*Deusval Lacerda de Moraes é Pós-Graduado em Direito
O que é estatística? Numa conceituação simples, quer dizer que é o conjunto de métodos usados para analisar dados. E o que é método? É o conjunto de regras básicas de como se deve proceder a fim de produzir conhecimento dito científico, que seja este um novo conhecimento quer seja fruto de uma integração, correção (evolução) ou uma expansão da área de abrangência de conhecimentos pré-existentes. Trocando em miúdo: o padrão de variação nos dados faz com que a resposta não seja óbvia.
Pois nas eleições de 2012 do Piauí, o que se viu nos resultados das pesquisas eleitorais foi exatamente o contrário do preceituado acima, por haver uma enxurrada de institutos de pesquisas sobre os mesmos candidatos pela manhã, ao meio-dia, à tarde, à noitinha, na meia-noite e até no dia amanhecer. E cada uma com dados completamente diferente das outras, e no mesmo contexto, no mesmo universo eleitoral, no mesmo município e dos mesmos postulantes ao cargo eletivo. O que assim muitas delas estão claramente fugindo do método científico que exige a estatística para os dados se aproximarem o máximo possível da realidade dos fatos, pois como se procederam fica a dúvida se não agiam unicamente para atender interesses políticos escusos.
O segundo turno das eleições de Teresina foi uma vergonha para alguns institutos de pesquisas de opinião pública. Negaram descaradamente a conceituação de método. Houve discrepâncias as mais horrorosas possíveis em relação ao verdadeiro resultado da eleição. Foi pura sacanagem. Nenhum instituto previu 3% de vantagem para o candidato tucano, foi sempre mais. Pois até o instituto que numa semana deu 0,7% para o Elmano na outra semana apareceu com 10% para o Firmino. Isso, em ciência, é inconcebível, sobretudo no caso do Elmano que ficou em segundo lugar no primeiro turno com uma diferença de apenas 5% do primeiro lugar. E que recebeu reforço eleitoral de quem teve 103 mil votos no primeiro turno (PT+PSB), subtraindo hipoteticamente a votação de algumas lideranças que não seguiram a aliança, era improvável os tucanos passarem de 5% no segundo turno. A sua luta era exclusivamente estancar o crescimento do Elmano para na nova configuração eleitoral não superá-los, como de fato ocorreu.
Teve resultado de pesquisas que o descaramento foi demais. No segundo turno, foi uma profusão de pesquisas afirmando a vitória tranqüila do Firmino, com o único objetivo de inculcar no eleitor desavisado que o resultado tucano eram favas contadas, apelando para o chamado voto útil. É injustificável que algumas delas deixassem o patamar eleitoral do candidato Elmano no mesmo nível dos votos que ele recebeu no primeiro turno, e tal incongruência aconteceu. Tiveram o desplante de querer demonstrar que mesmo Elmano recebendo a adesão do PT e do PSB, que obtiveram razoável votação no primeiro turno, não significaria eleitoralmente nada e ele recebeu mais de 60 mil votos do que teve no primeiro turno. O Ibope ficou igual ao samba do crioulo doido, na última pesquisa do primeiro turno deu 8% para o Elmano quando foi 5% para o Firmino e na última do segundo turno deu 8% para o Firmino quando saiu apenas 3% para o candidato tucano.
Assim, a maioria dos institutos de pesquisas do Piauí, no segundo turno das eleições de Teresina, prestou grande desserviço à democracia, à cidadania e à lisura do pleito eleitoral, quando tentou a todo custo através de dados não condizentes com a verdade manipular a população a favor de um candidato em detrimento do outro, quando deveria mostrar a tendência verdadeira do eleitorado com o único compromisso de colaborar com uma eleição justa para a sua cidade e o seu Estado. Por essas e por outras é que no Congresso Nacional está em tramitação o Projeto de Lei para regulamentar os institutos de pesquisas de opinião pública no Brasil, prevendo severas penas pecuniárias ou o próprio fechamento dos institutos. E este Projeto tem de ser aprovado urgentemente para moralizar algumas pesquisas eleitorais no País, que com os seus métodos antidemocráticos e anti-republicanos estão desvirtuando a democracia e a cidadania brasileira.
*Deusval Lacerda de Moraes é Pós-Graduado em Direito
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
Ver todos os comentários | 0 |