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*Por Júlio César Cardoso

"Segundo artigo publicado por Brasil247, o governo paulista foi condenado ao pagamento de indenização no valor de R$ 54 mil à família negra que se sentiu atingida pelo fato de uma professora da 2ª série do ensino fundamental, de uma escola estadual pública, ter distribuído material pedagógico supostamente discriminatório em relação aos negros.

Trata-se de um exercício de redação, em sala de aula, que deveria ser desenvolvido em cima do seguinte título e texto: “Uma família diferente – Era uma vez uma família que existia lá no céu. O pai era o sol, a mãe era a lua e os filhinhos eram as estrelas. Os avós eram os cometas e o irmão mais velho era o planeta terra. Um dia apareceu um demônio que era o buraco negro. O sol e as estrelinhas pegaram o buraco negro e bateram, bateram nele. O buraco negro foi embora e a família viveu feliz.”

Uma das redações, apresentada por uma aluna de sete anos, chamava-se “Uma família colorida” e foi assim descrita: “Era uma vez uma família colorida. A mãe era vermelha, o pai era o azul, a mãe era a lua e os filhinhos eram o rosa. Havia um homem mau que era preto. Um dia, o preto decidiu ir lá na casa colorida. Quando chegou lá, ele tentou roubar os rosinhas, mas aí apareceu o poderoso azul e chamou a família inteira para ajudar a bater no preto. O preto disse: -Não me batam, eu juro que nunca mais vou me atrever a colocar os pés aqui. Eu juro. E assim o azul soltou o preto e a família viveu feliz para sempre”.

Em consequência disso, o governador Geraldo Alckmin foi alvo de detratores baratos, que aproveitaram o ensejo para fazer críticas à sua conduta governamental, como se ele fosse racista.

Senhores, assistimos ao recrudescimento da paranoia do preconceito racial em seu sentido mais amplo. Em torno do comércio espúrio das indenizações pecuniárias, idealizadas por corja de advogados solertes e de clientes mal intencionados, gira a maledicência da conceituação rasteira daqueles que agora deram para rotular de preconceito racial as várias manifestações do pensamento humano. Tudo agora pode ser considerado preconceito racial. E o nosso Judiciário, claudicante, também preconceituoso, cai na armadilha da avidez daqueles que querem levar vantagem monetária. E vejam a que ponto chega o extremismo da aberração: se o tema da redação falasse em buraco cinza, a menina fatalmente iria se referir ao homem do buraco cinza. Ora, buraco negro representa, simbolicamente, um lugar abissal. Confundir alhos por bugalhos de forma adrede é uma manifestação preconceituosa doentia.

No caso vertente, o que tem a ver o “cu com as calças”, para incriminar a figura do governador Alckmin? Essas reminiscências iradas de divergências políticas, que alguns guardam recôndito em suas índoles, têm que ser desarmadas. Ninguém pode se considerar superior a outrem, no plano da vida humana, para exigir tanto de seu próximo!

Embora o governador Alckmin represente o poder público paulista, temos que entender que nem tudo que seus comandados fazem leva a sua chancela. E assim acontece com todos os demais governantes.

As maledicências contra a figura do governador paulista são puras manifestações cavilosas políticas visando apenas a atingir e denegrir a sua imagem pública."

*Júlio César Cardoso é bacharel em Direito e servidor federal aposentado

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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