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Imagem: Divulgação / GP1Clique para ampliarArticulista Júlio César Cardoso(Imagem:Divulgação / GP1)Articulista Júlio César Cardoso
O presidente da Câmara Federal, deputado Marco Maia (PT-RS), inventou uma reunião em Madri para assistir ao jogo Barcelona e Real Madrid, levando em sua comitiva oficial o seu filho.

Que o deputado seja um pai generoso com o seu filho, tudo bem. Mas todo mundo, inclusive políticos - porque vida de político não é tão espinhosa senão desistiriam de reeleições – sempre encontra tempo para estar em casa com a família sem a necessidade de explicações esfarrapadas para justificar passeio ao exterior. Que vergonha!

O mal dos políticos, principalmente do PT, é confundir com astúcia o público com o privado. A farra do dinheiro público – com as benesses, mordomias, privilégios e com as sinecuras, desfrutadas pelos políticos – é tão imoral que a coisa pública se confunde como sendo patrimônio privado de espertalhões políticos, e por isso, sem escrúpulos, metem a mão no Erário até para irem assistir a jogos no exterior.

Se a imprensa não botasse a boca no trombone, o deputado Marco Maia não iria pagar nada de seu bolso, e só pagou a viagem depois de ser flagrado, essa é a mais pura verdade. Foi assim que aconteceu com o outro petista, tido como “muito certinho,” o ex-senador Tião Viana, que emprestou celular do Senado para a filha viajar ao exterior. Até onde os políticos pensam que podem nos enganar? A mentira tem perna curta e ela sempre tem deixado os políticos em maus lençóis, mas eles não se incomodam. Por quê? Porque políticos indecorosos, impostores e inconfiáveis não são cassados no Parlamento. Sabem que continuarão enganando o povo, confundindo o Erário como sendo de sua propriedade e debochando da sociedade sem nada lhes acontecer. Quando subtraem o Erário deveriam pensar que no outro lado está a escuridão dos miseráveis brasileiros, descamisados, que não tiveram a sorte de ser políticos para abiscoitarem salários de R$26.700,00 mensais e mais mordomias remuneratórias.

O deputado disse que já viajou o mundo inteiro. À sua custa ou à custa do Erário? Deveria explicar melhor, pois pelo que consta com que dinheiro um ex-trabalhador metalúrgico e siderúrgico pode se dar ao luxo de se considerar um viajante mundano? Marco Maia deveria espelhar-se no Parlamento sueco. Deveria assistir a vídeos que estão na Internet para ver como o político sueco respeita o dinheiro público. Saiba, deputado, que um pequeno deslize com o dinheiro público é crime igual a qualquer outro; só o que muda é a cominação da pena.
Os senhores políticos são produto do sistema viciado patrimonialista português do Brasil Colônia, cuja mácula está no DNA do político brasileiro. É uma vergonha a cúpula de nosso Congresso: no Senado, José Sarney, o rei do Maranhão, que o Brasil conhece; na Câmara, Marco Maia, o turista na Espanha com a sua corte de amigos à custa do Erário, e de sobremesa temos: o Conselho de Ética da Câmara, com 20% de parlamentares encrencados na Justiça, e a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) presidida por João Paulo Cunha (PT-SP), um político que está sendo processado no STF. Este é o cenário melancólico da política e do político brasileiro.

*Júlio César Cardoso é bacharel em Direito e servidor federal aposentado

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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