*Arthur Teixeira Junior
As quartas feiras, servidores públicos católicos reúnem-se, em horário de expediente, em um dos salões de um prédio Federal no Piauí, para rezar o terço.
E quem aqui já não se irritou com fanáticos pregadores instalados ao lado de caixas acústicas amplificadas anunciando que o fim não tardará. Ou com aqueles fanhosos alto falantes da igreja, anunciando para toda a vizinhança, as 6 horas da madrugada de domingo, o horário das missas e novenas que, aliás, são sempre os mesmos.
A liberdade religiosa, dentre outras, é uma das maiores vitórias que uma sociedade pode obter. E o Brasil, com este maravilhoso sincretismo que enobrece sua cultura e seu povo, é um exemplo de respeito e tolerância religiosa. Mas temos que estar atentos e alertas, pois a liberdade religiosa que desfrutamos é uma via de mão dupla, ou seja, da mesma forma que você tem a liberdade de manifestar-se eu tenho de não querer escutá-lo.
Quem quer manifestar sua religiosidade dispõe das igrejas, terreiros, mesquitas, enfim, uma diversidade de templos que atende a qualquer fé conhecida no planeta, da mais tradicional à mais exótica possível. E eu tenho a liberdade de escutar, participar e demonstrar minha fé em qualquer destes lugares. Se eu quiser, eu vou. Se não, fico na paz de minha casa.
O Estado, laico que é, não pode tomar partido em questões religiosas e tem que garantir minha opção de fé ou até mesmo o meu ateísmo.
Símbolos religiosos ou qualquer tipo de manifestação de apreço ou descrédito a qualquer fé não podem ocorrer sobre a égide do Estado, pois este Estado é dos católicos, umbandistas, evangélicos, muçulmanos, ateus, de todos.
Recentemente, li uma notícia da, até então, desconhecida cidade de Sidrolândia/MS, reportando que os evangélicos locais lutam na Justiça para retirar a expressão “Ave Maria” da bandeira da cidade. Ao meu ver, razão aos litigiantes, pois a bandeira da cidade a todos pertencem. Seria o mesmo que colocar na bandeira de Agricolândia a frase “Corinthians Timão” ou “Portela Campeã”.
Portanto, o Estado fora das questões religiosas. E, querida vizinha, ore em voz baixa, pois Jesus não é surdo.
*Arthur Teixeira Junior é articulista
Imagem: Divulgação / GP1Clique para ampliarArthur Teixeira Junior é articulista e escreve para o GP1
Diariamente, minha vizinha evangélica escuta, ao máximo volume de seu potente aparelho de som, músicas Gospel, de louvor a Jesus, aproveitando para, a plenos pulmões, gritar todos os refrões.As quartas feiras, servidores públicos católicos reúnem-se, em horário de expediente, em um dos salões de um prédio Federal no Piauí, para rezar o terço.
E quem aqui já não se irritou com fanáticos pregadores instalados ao lado de caixas acústicas amplificadas anunciando que o fim não tardará. Ou com aqueles fanhosos alto falantes da igreja, anunciando para toda a vizinhança, as 6 horas da madrugada de domingo, o horário das missas e novenas que, aliás, são sempre os mesmos.
A liberdade religiosa, dentre outras, é uma das maiores vitórias que uma sociedade pode obter. E o Brasil, com este maravilhoso sincretismo que enobrece sua cultura e seu povo, é um exemplo de respeito e tolerância religiosa. Mas temos que estar atentos e alertas, pois a liberdade religiosa que desfrutamos é uma via de mão dupla, ou seja, da mesma forma que você tem a liberdade de manifestar-se eu tenho de não querer escutá-lo.
Quem quer manifestar sua religiosidade dispõe das igrejas, terreiros, mesquitas, enfim, uma diversidade de templos que atende a qualquer fé conhecida no planeta, da mais tradicional à mais exótica possível. E eu tenho a liberdade de escutar, participar e demonstrar minha fé em qualquer destes lugares. Se eu quiser, eu vou. Se não, fico na paz de minha casa.
O Estado, laico que é, não pode tomar partido em questões religiosas e tem que garantir minha opção de fé ou até mesmo o meu ateísmo.
Símbolos religiosos ou qualquer tipo de manifestação de apreço ou descrédito a qualquer fé não podem ocorrer sobre a égide do Estado, pois este Estado é dos católicos, umbandistas, evangélicos, muçulmanos, ateus, de todos.
Recentemente, li uma notícia da, até então, desconhecida cidade de Sidrolândia/MS, reportando que os evangélicos locais lutam na Justiça para retirar a expressão “Ave Maria” da bandeira da cidade. Ao meu ver, razão aos litigiantes, pois a bandeira da cidade a todos pertencem. Seria o mesmo que colocar na bandeira de Agricolândia a frase “Corinthians Timão” ou “Portela Campeã”.
Portanto, o Estado fora das questões religiosas. E, querida vizinha, ore em voz baixa, pois Jesus não é surdo.
*Arthur Teixeira Junior é articulista
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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