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"Temos muita coisa pra fazer. Estamos tendo que fazer verdadeiros milagres. E o milagre é exatamente esse, você organizar uma gestão pública. Estamos trabalhando um modelo novo de gestão, baseado em metas e resultados. Esse modelo já foi implantado em outros estados e deu certo". Sabe quem deu esta declaração? O governador Wilson Martins. Ele mesmo, ontem, no Palácio de Karnak.

Uma declaração destas só tem valor porque foi dada de viva voz e gravada. Ela contraria, afinal, tudo o que foi dito ao longo dos últimos oito anos tanto pelo governo petista quanto pelo do próprio Wilson Martins: o Piauí é um estado organizado, que foi transformado num canteiro de obras públicas e é o que mais se desenvolve no Brasil.

Por que, hoje, com apenas um mês do novo mandato, o governador já confessa que tem que fazer verdadeiros milagres para tocar a administração pública? Que milagres são esses? E em que aspecto a administração está desorganizada, se até o ano passado era tudo um mar-de-rosas no Governo do Piauí?

O governador Wilson Martins já concluiu, por certo, que não dá mais para segurar o "projeto", que, bem ou mal, garantiu a sua eleição. As dificuldades são muitas, especialmente as financeiras. Não é à toa que ele está autorizando a realização de auditorias em alguns órgãos, como na Secretaria de Saúde.

O governador se dá conta, enfim, de algo que parcela considerável da população piauiense já sabe de há muito: o Estado precisa andar. O PAC do Piauí foi o que menos andou no país: só 6% das obras previstas foram realizadas. O Programa Luz Para Todos do Piauí é o mais atrasado do Brasil. E por aí vai.

A Potycabana e o Centro de Convenções de Teresina são exemplos de obras públicas inacabadas. Muitas estradas cujas obras andavam em ritmo frenético, a passos largos, durante a campanha eleitoral, também foram abandonadas depois das eleições.
É preciso um milagre para que elas sejam retomadas o quanto antes?

*Zózimo Tavares é editor chefe do Diário do Povo


*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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