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Tiro no pé
Imagem: Divulgação / GP1Governador Wilson Martins(Imagem:Divulgação / GP1)Governador Wilson Martins
O governador Wilson Martins imaginou fazer um giro e fez um jirau, com sua declaração pública dando conta de que a Construtora Sucesso está paralisando obras como forma de boicotar o governo. A empresa veio a público imediatamente explicar o que se passa: não está fazendo qualquer sabotagem; paralisou obras públicas por falta de pagamento.
Quando fez a acusação, na quarta-feira, durante uma entrevista à televisão, certamente Wilson mirou o seu principal concorrente à segunda vaga de candidato a governador no segundo turno. Trata-se do senador João Vicente Claudino (PTB), que, de acordo com as pesquisas eleitorais, disputa voto a voto com o governador essa posição.

Como se sabe, a Construtora Sucesso é da família do senador e tem muitas obras no Governo do Estado. Se não quisesse atingir diretamente o seu concorrente, o governador teria feito uma crítica genérica. Ou teria citado, no mínimo, também, a Construtora Jurema, que igualmente já abandonou vários canteiros de obras no Estado por falta de pagamento.
Mas o governador poupou a Jurema, pertencente à família do deputado federal Marcelo Castro, presidente regional do PMDB e um de seus aliados. Deixou só a Sucesso no fogo, quando se sabe que dezenas de empresas que trabalham para o Governo do Estado enfrentam dificuldades financeiras por falta de pagamento de seus serviços.

A crítica do governador é um tiro no pé que pode atingir, ainda, o ex-governador Wellington Dias. Afinal, o seu antecessor autorizou a construção de obras sem os recursos estarem assegurados? Onde fica a Lei de Responsabilidade Fiscal, nesse caso? Se havia os recursos, por que os pagamentos não foram feitos?

Por fim, há de se ressaltar que a Sucesso pertence a um grupo empresarial que sempre primou pela boa vizinhança, com boas relações com todos os governos. O Grupo Claudino é afeito a publicidade, mas inteiramente arredio a polêmica. Se reagiu, é porque a provocação foi além da medida.

*Zózimo Tavares é editor-chefe do jornal Diário do Povo

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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