Fechar
Blog Opinião
GP1
*Zózimo Tavares
Editor-Chefe

Pronto! Quem ainda tinha dúvida de que o presidente Lula estava por trás de uma manobra política para derrotar os senadores que lhe fazem oposição, agora não tem mais. Sábado, em Curitiba, onde fazia campanha para a candidata Dilma Rousseff, o presidente atacou, de viva voz: "Ninguém aguenta mais um Mão Santa daqueles, ninguém aguenta mais alguns senadores que tem lá!".

É isso, aí, companheiro Lula! Pau nessa oposição que só serve para perturbar, como a mosca da canção do Raul Seixas. Na Câmara dos Deputados, já está tudo dominado. Os partidos estão na mão do governo, em sua maioria. As centrais sindicais e os sindicatos foram cooptados e domesticados. As ONGs estão recebendo dinheiro público a balde e batem palmas para o governo. A mídia, em grande parte, também vem sendo devidamente aquinhoada. O Senado é que ainda é a pedra no sapato.

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarPresidente Lula(Imagem:Divulgação)Presidente Lula
Então, o presidente tá certo. O Brasil precisa é de um Senado cujos membros tenham o perfil de Tião Viana, do PT do Acre. Líder do governo, ele queria presidir o Senado. Mas curvou-se à vontade do Planalto e deu o lugar para José Sarney (PMDB), recolhendo-se à sua insignificância.

O Brasil precisa também de senadores como o paulis-ta Aloizio Mercadante. Quem não lembra? Em agosto de 2009, o senador petista publicou no Twitter que iria renunciar à liderança do PT no Senado: "Eu subo hoje à tribuna para apresentar minha renúncia da liderança do PT em caráter irrevogá-vel", escreveu o parlamentar.

Cumpriu a palavra? Não. Absolutamente. O Planalto deu-lhe um puxão de orelha e, na hora marcada, Merca-dante subiu à tribuna e renunciou à renúncia. Irrevo-gavelmente. Há muitos como estes dois por lá. É de senadores com este espírito de patriotismo que o país precisa. Aquela oposição que o PT fez a vida toda não tem mais sentido no Brasil de hoje. Cuba liquidou sua oposição e vive muito bem. Chaves vem tratando a oposição da Venezuela a pauladas.

Pensando bem: oposição pra quê, num país onde o presidente da República tem uma popularidade estrondosa? É uma popularidade que chega quase à unanimidade. Uma popularidade tão grande, mas tão grande, mesmo, que, do nada, sua candidata à presidência se torna magistralmente líder nas pesquisas de intenção de voto na corrida sucessória!
Ao pedir votos pra ela, lá em Curitiba, o presidente, em seu estilo refinado de sempre, tascou: "Se tem alguém aqui com preconceito, não tenha preconceito por votar numa mulher. Deixa de ser besta. Ela é uma mãe. Foi ela que lhe pariu".
Falou o Filho do Brasil!

*Zózimo Tavares é Editor-Chefe do Jornal Diário do Povo

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.