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Depois da paulada que recebeu do próprio Wellington, Wilson está escaldado e faz doce


A vez de Wilson fazer doce

No ápice da crise em torno da escolha do candidato do blocão governista ao Palácio de Karnak, há duas semanas, o governador Wellington Dias bateu na mesa, dispensou todo mundo e disse que fica no cargo. Agora, passada a poeira mais grossa, ele tenta se refazer do blefe e retomar a candidatura ao Senado. Está difícil. A encenação pode se tornar realidade.

Na quarta-feira, dia 17, Wellington chegou a dizer ao vice-governador Wilson Martins que ele era o candidato escolhido, já que recebera o apoio da grande maioria dos partidos, inclusive do PT. Mas bastou uma curta, grossa e ainda misteriosa conversa com o senador João Vicente Claudino para o dito ficar pelo não dito. E 24 depois de se decantar por Wilson, o governador tinha mudado de ideia.

Diante das circunstâncias, Wellington anunciou que ficaria no cargo. Não era seu desejo. Tampouco a intenção verdadeira daquele pronunciamento. No íntimo, o governador seguia (e segue) desejando disputar o Senado. Mas agora não sabe como refazer o caminho.

Na tentativa de reencontrá-lo, já colocou interlocutores para anunciarem que este é o desejo do PT nacional, a vontade de Lula e o sonho dos piauienses. Ainda não deu certo. E o tempo corre. Corre velozmente, em contagem regressiva

Wellington até já tentou entabular uma conversa nesse sentido com Wilson Martins. O vice-governador não dá um passo. Diz que o processo está nas mãos do governador – e que o PSB vai se pronunciar somente depois deste anunciar a cada vez mais distante “união da base”.

Depois da paulada que recebeu do próprio Wellington, Wilson está escaldado e faz doce. Não se compromete e deixa o tempo correr, até porque não tem prazo de desincompatibilização. O 2 de abril não pesa nas costas do vice, e sim nas do governador. E se alguém tem que ter pressa, é Wellington. Se deixar para decidir no dia 3, já será tarde. E a vaga do Senado, um simples sonho de uma noite de verão.

*Zózimo Tavares é jornalista e editor chefe do Jornal Diário do Povo

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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