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Jornalista diz que governador Wellington Dias domesticou a mídia a peso de ouro


E agora, José (Wellington)?

*Por Zózimo Tavares

Os petistas têm divulgado, com um certo ufanismo, que o governador Wellington Dias vai coordenar a campanha da ministra Dilma Rousseff à presidência da República, no Nordeste, e será um de seus ministros. Não custa sonhar. Foi do sonho e da luta que o PT chegou ao poder, depois de muito apanhar nas urnas.

Porém, é muito difícil o governador do Piauí se projetar como uma liderança nacional, como articulador de uma campanha presidencial, se ele não está dando rumo nem à sua própria sucessão. Como disse o senador Heráclito Fortes, na semana passada, Wellington não consegue coordenar a eleição dentro de sua própria casa.

Por um erro de estratégia seu, os principais partidos da chamada “base” aliada estão em pé-de-guerra. É pouco provável que fumem o cachimbo da paz até o final deste mês, quando deverá ser anunciado o candidato do esquema governista à sucessão de Wellington Dias.

A dúvida já começa daí: será um candidato efetivamente do bloco governista ou um candidato exclusivamente do governador, fruto de conchavos de cúpula feitos por ele? Que critérios vão orientar esta escolha além dos que foram discutidos com todos os pré-candidatos, na casa dele, em novembro passado?

Com a caneta cheia, o governador Wellington Dias se achou esperto e hábil demais. Não era para menos. A toda hora ouvia isso dos companheiros do PT, dos aliados e da mídia que ele domesticou a peso de ouro. Assim, não se preocupou em encaminhar a sua sucessão. Numa atitude entre sagaz e patética, deu corda a quatro pré-candidatos, quando, pelo que se sabe, já estava apalavrado com um deles.

O resultado é que, agora, com a caneta se esvaziando, o governador começa a pagar o preço de sua desmedida e dissimulada vaidade política, sensível aos elogios insinceros. Por mais que bata cabeça, não encontra a fórmula mágica para um desfecho favorável do processo, que seria a sua candidatura ao Senado e o apoio de todo o bloco ao seu candidato ao governo.

Sua candidatura ao Senado está ameaçada de não se viabilizar. E o que é mais grave, para ele e seu bloco político: mesmo ficando no governo até o final do mandato, sacrificando a sua candidatura a senador, ainda assim dificilmente conseguirá apaziguar os ânimos em seu esquema e manter a “base” unida.

*Zózimo Tavares é jornalista e editor chefe do Diário do Povo

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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