Para quem não conhece, Messala é o nome de um personagem cinematográfico do premiadíssimo clássico Ben- Hur de 1959. Ele, Messala, interpretado por Stephen Boyd, era um vilão cruel e sanguinário que destruía seus amigos e inimigos que iam contra sua ascensão. Não tinha ética, moral e nem caráter. Por coincidência, no Brasil surgiu um Messala a partir do momento em que, pela primeira vez, um determinado partido político experimentou o gosto pelo poder e tornou um de seus membros presidente da República.
Esse grupo, quando surgiu em décadas anteriores, caracterizava-se pelas lutas da classe operária por uma melhor condição de vida aos menos privilegiados. Ao se tornarem importantes, tornaram-se arrogantes e esqueceram-se de suas raízes humildes. Atualmente, logo após ascenderem ao cobiçado e inebriante poder, transformaram-se da água para o vinho numa rapidez impressionante e em menos tempo que o milagre realizado por Jesus Cristo.
Os humildes que foram a pedra basilar desse partido hoje não teem força e nem vez, pelo fator da metamorfose ambulante, que transformou os cabeças pensantes desse grupo em legítimos burgueses, parecidos com os poderosos que um dia combateram, mas que agora comungam no mesmo ambiente fétido e de má reputação, mais conhecido como a casa do povo.
A desculpa mais ouvida deles para seus atos imorais e ilegais, gira em torno da governabilidade. Fazem pactos, acordos políticos e manobras questionáveis movidos por uma ganância sem medidas. Rasgou-se a ética, perdeu-se a moral e o caráter com o intuito de manterem o status quo e para navegarem nos mares tranqüilos do poder. A ideologia que um dia foi o propulsor para o crescimento do partido, jaz hoje morta.
Esse novo Messala protege os suspeitos de corrupção, compactua-se e aceita mansamente os escândalos que giram em todo de seu governo como se o anormal fosse o oposto.
A força é tão grande, que conseguem, apesar da opinião pública ser contrária, manter presidente de senado envolvido em atos suspeitos, em sua cadeira, tranqüilo e sereno, protegido pela mão de ferro de seu chefe maior e pela subserviência de seus comandados. Demitem sem o menor pudor alguém que não se curva diante de certos pedidos antiéticos, como o de apressar uma investigação de um protegido seu. Impedem instalação de CPI ou as enfraquecem para que a verdade continue oculta e não descubram as sujeiras de seus desmandos e nem prejudiquem seus planos de perpetuarem-se no poder.
Cruel e impiedoso é esse Messala, que logo estará também empalando seus próprios membros por discordarem dessa nova política instalada em nome da governabilidade.
Termino com uma frase conhecida de todos: Se quer conhecer verdadeiramente uma pessoa, dê poder a ela.
*Carlos Magno Filho
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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