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Colunista João Carvalho
GP1
O episódio com Marauê Carneiro serviu para mostrar duas coisas: Primeiro, a força de redes sócias como facebook e segundo, o descompasso entre os ditos mais esclarecidos e o povão.
Imagem: ReproduçãoArnaldo Azevedo (Imagem:Reprodução)Reinaldo Azevedo
Marauê além da sua pouca capacidade criativa demonstrou não sacar nada de tecnologia e de Internet e por isso mesmo fez a “cagada” de postar uma nota nada elogiosa sobre a nossa “verdecap”, como diria Elvira Raulino. Do alto da sua ignorância, o projeto de ator deve ter achado que o Piauí é uma ilha onde não há Internet e que nós somos todos silvícolas bem distantes das redes sociais. Resultado: A sua agressão gratuita à Teresina se espalhou na rede como uma epidemia e com a divulgação pelas TVs locais chegou rapidinhas ao povão e as autoridades ditas competentes.
Imagem: ReproduçãoClique para ampliarMarauê carneiro(Imagem:Reprodução)Marauê carneiro

A outra lição vem das interpretações do caso. Os ditos intelectuais locais, que de início ficaram na surdina, começaram a criticar a decisão do presidente interno da Assembléia Legislativa, deputado Fábio Novo, que determinou a suspensão da apresentação da peça no Teatro da Assembléia Legislativa. Pra completar apareceu no cenário o polêmico colunista Reinaldo Azevedo, que é uma espécie de Torquato Neto polido. Azevedo vendo o sucesso que teve o seu primeiro texto sobre o Caso Marauê (os acessos e os comentários da sua Coluna eletrônica na página da Veja dispararam) está produzindo textos diários dedicados a espinafrar o deputado estadual Fábio Novo. Definido por Azevedo como uma espécie de filhote da ditadura. Não foram poucas as notas que já produzi na Coluna criticando Fábio Novo, mas nos dois últimos episódios envolvendo seu nome (Caso TRE e Caso Marauê) eu lhe dou, em parte, razão. Fábio na condição de presidente interino do Legislativo não podia tomar outra atitude que não cancelar o espetáculo. A medida evitou um mal maior por quê a apresentação da peça “Fica Frio” poderia ter resultado numa tragédia, já que nas próprias redes sociais havia um movimento convocando pessoas para uma “ovada” nos atores. Da ovada para um quebra-quebra geral a distância é mínima e aí teríamos hoje o mesmo Reinaldo Azevedo nos chamando de bárbaros ou quaisquer termos do gênero. Sem contar que o Teatro da Assembléia é um patrimônio público e não se sabe quem iria pagar eventuais danos a este patrimônio, ou melhor, o prejuízo ia ficar pra população que é a dona do Teatro. Fábio Novo apenas cancelou a apresentação no Teatro da Assembléia por quê motivo os produtores da peça não a remarcaram a apresentação para outro local? Simples. Nenhum dos outros locais se dispôs a servir de palco para a peça por medo de terem suas dependências depredadas, diga-se de passagem, um medo justificado.

O resumo da Ópera, é que o povão queria era arrebentar com os atores, o que é lamentável e a suspensão da peça por Fábio Novo acabou por evitar uma tragédia. Ou alguém em sã consciência acha que ia controlar os populares que ameaçavam retaliar os atores? Pregar a liberdade de expressão é lindo, mas garantir esta liberdade são outros quinhentos.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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