O Piauí vive um momento de contradição. Ao mesmo tempo em que o governador Wilson Martins (PSB) anuncia a escolha dos diretores das áreas de Educação e Saúde através de seleção pública, diga-se de passagem uma medida das mais democráticas, Sua Excelência nomeia parentes diretos de deputados estaduais para cargos de primeiro e segundo escalão, constituindo verdadeiras “Capitanias Hereditárias”. Os nomeados são: Clarissa Sousa de Carvalho, secretária de Defesa Civil e que é filha do “dono” da Pasta, deputado Ubiracy Carvalho; Avelino Neiva, secretário de Transportes e pai do deputado eleito Gustavo Neiva e Severeo Eulálio, nomeado para a direção-geral do Departamento de Estradas de Rodagens (DER-PI), irmão do deputado estadual Kleber Eulálio e que sucede no cargo a também irmã Karenina Eulálio. Pra completar, o deputado federal Marcelo Castro emplacou o filho, José de Castro Dias Neto na Secretaria de Infra-estrutura.
Saiba mais sobre as Capitanias Hereditárias
Entre os anos de 1534 e 1536, o rei de Portugal D. João III resolveu dividir a terra brasileira em faixas, que partiam do litoral até a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas. Estas enormes faixas de terras, conhecidas como Capitanias Hereditárias, foram doadas para nobres e pessoas de confiança do rei. Estes que recebiam as terras, chamados de donatários, tinham a função de administrar, colonizar, proteger e desenvolver a região. Cabia também aos donatários combater os índios de tribos que tentavam resistir à ocupação do território. Em troca destes serviços, além das terras, os donatários recebiam algumas regalias, como a permissão de explorar as riquezas minerais e vegetais da região.
Estes territórios seriam transmitidos de forma hereditária, ou seja, passariam de pai para filho. Fato que explica o nome deste sistema administrativo.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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