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Colunista João Carvalho
GP1

Alcides Filho fala sobre os problemas do Litoral na virada de ano


Em resposta à nota "Turistas são os culpados pelo caos no Litoral" o ambientalista e secretário de Turismo de Luís Correia, Alcides Filho, comenta o assunto e dá sua opinião sobre o tema.

Leia o e-mail de Alcides Filho enviado ao GP1:

João Carvalho, segue contribuição ao debate das idéias, algo bem acima do que discutir sobre pessoas.
Com estima e agradecimentos,
Alcide Filho


Devemos respeitar a carga para não despejar o litoral do Piauí na descarga.

“Tenho plena convicção de que acima de 30 mil turistas teremos dificuldades”. Alcide Filho.

 Esta frase diz respeito a um referencial técnico valioso para o Planejamento Sustentável do Turismo, adequado ao perfil do litoral do Piauí. Com 66 Km, é o menor e ainda menos poluído do Brasil, uma jóia ecológica que devemos respeitar para o agora e o amanhã. A informação refere-se à Capacidade de Carga Turística. É o número máximo de visitas/dia que uma determinada área natural, como uma praia, parque nacional ou área de lazer pública pode suportar sem depreciar o seu patrimônio. Sobre Luís Correia, com cerca de 29 Km de orla, esse é o número que estimamos ser o limite entre o bônus e o ônus, tanto econômico quanto ecológico. Em Atalaia, representa 10 mil visitantes por quilômetro linear de orla.

 Uma sobrecarga acima da Capacidade de Carga Turística (CCT) passa e gerar mais prejuízos que benefícios. A CCT é um número dinâmico, pode mudar, para baixo ou para cima, segundo as boas ou más intervenções praticadas. Não ter a estimativa desse impacto é tão irresponsável e mortal quanto dirigir, de olhos vendados, um ônibus escolar lotado. O Plano Diretor Participativo de Luís Correia, em fase final de avaliação, vai apontar a Capacidade de Carga de cada praia. Algumas poderão receber mais turistas, outras, menos. O que Barra Grande ainda não fez, o Arquipélago de Fernando de Noronha já pratica. É o que a Praia de Pipa, no Rio Grande do Norte faz. Neste Réveillon, restringiram o acesso de turistas com barreiras policiais em Pipa porque a superlotação gerou um caos nos serviços públicos e particulares. Dr. Vasconcelos, “o amigão”, que lá esteve em um ônibus fretado junto com amigos de Teresina, “sentiu saudades do mar de Luís Correia e comeu pizza em plena beira-mar”. Não teve opção.

 Os que compreenderam a afirmação como um ato de respeito ao ambiente, ao direito de informação, ao lazer sustentável que desbrutaliza, prática de ecocidadania e como uma atitude prévia ao arrependimento póstumo do litoral perdido, podem crer: continuaremos lutando. Temos a possibilidade de vencer alcançando a harmonia.

Saúde, paz e energia pra Você.
Alcide Filho

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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