A Secretaria Estadual de Meio Ambiente-Semar autorizou o funcionamento de uma carvoaria com 570 fornos dentro da área onde está previsto a implantação do Parque Nacional Serra Vermelha, nos municípios de Curimatá e Morro Cabeça no Tempo, no Sul do Estado. O curioso é que a carvoaria, pertencente ao baiano Edson Rocha, está usando toda a estrutura do projeto energia Verde da empresa JB Carbon, da qual é vizinha e que foi proibida de funcionar porque vinha destruída uma rica biodiversidade.A denúncia foi feita por estudantes e professores do Ensino Médio de Curimatá que vieram apresentar trabalho na Feira Estadual da Educação Básica, promovida pela Secretaria Estadual da Educação. Estudantes e professores montaram uma maquete da Serra Vermelha mostrando os impactos ambientais causados pela destruição da vegetação da região.Segundo o grupo o local onde a Carvoaria Rocha está explorando chama-se Serra Negra e começou a funcionar há cerca de três meses e é proprietária de 200 mil hectares que pretende transformar em carvão vegetal. "Estima-se que diariamente saiam da floresta cerca de 20 ou mais carretas repletas de carvão do mesmo depósito da JB Carbon", informou o professor Rodolfo Rodrigues. Ele disse que o desmatamento vem sendo feito utilizando correntões que consiste na derrubada das árvores pela raiz. "Quando a gente imagina derrubar árvores centenárias da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica para fazer carvão, revolta". O ONG SOS Caatinga, constituída em Curimatá após a tentativa de destruir a Serra Vermelha começa uma mobilização para tentar barrar a destruição da Serra Negra. A entidade protocolou denúncia no Ministério Público Estadual e Federal. A Fundação Rio Parnaíba-Furpa, também está denunciando o crime. De acordo com o presidente da entidade, Francisco Soares, será encaminhado pedido de suspensão da atividade para o Ibama nacional, Ministério do Meio Ambiente e Justiça. "A lei é clara, qualquer empreendimento acima de 100 hectares não pode ser destruindo para virar carvão", afirma e lembra que a área é de domínio da Mata Atlântica, também protegida por lei. Ainda em Curimatá mais de 300 fornos estão funcionando 24h produzindo carvão vegetal a partir da mata virgem. O mesmo vem acontecendo em Morro Cabeça no Tempo, Júlio Borges e Redenção do Gurguéia. Segundo dados do Ministério Público hoje estão em pleno funcionamento no Sul do Estado 2.200 fornos autorizados e mais algumas centenas clandestinos. Se já não bastasse o desmatamento os encarregados pelas carvoarias promovem trabalho escravo e são responsáveis por colocar em risco a saúde de dezenas de trabalhadores que geralmente são oriundos de outras regiões. Segundo Raquel Fernandes, ambientalista de Curimatá, as pessoas são ludibriadas pelos "gatos" e depois são obrigadas a trabalhar quase 24h, se alimentarem mal e não conseguem mais se libertarem da escravidão. "Aqui a população está revoltada com toda a desgraça promovida pelas carvoarias", comentou.Isso é que é ter vocação para o crime!
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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