Teresina é um paraíso na área de Saúde. Tem uma rede pública exemplar. Com um atendimento também exemplar. Com acomodações excelentes. Ninguém fica nos corredores. Não faltam médicos e muitos menos medicamentos. Não há fila de espera para cirurgias e ninguém, ninguém mesmo, morre por falta de atendimento médico. Eu ia esquecendo de dizer que sobram leitos nas UTIs e enfermarias. Os leitores devem estar achando que eu enlouqueci, mas é isso que se pode concluir ao ver a população aceitar silenciosamente a vergonhosa novela do Pronto-Socorro Municipal de Teresina, que os burocratas insistem em chamar de Hospital de Urgência de Teresina, inaugurado há mais de um mês (numa suntuosa solenidade que contou com a presença do Presidente da República, do Governador do Estado, do Prefeito de Teresina, de jornalistas de todo o País e de mais uma penca de asseclas que vivem pendurados em sinecuras) e que até hoje não fez uma cirurgia. Tenha paciência! Não culpo nenhum destes gestores por que afinal eles são "nossos" representantes. A culpa é da população, que há mais de dezoito anos assiste a esta novela e não tem a coragem de tomar uma atitude. De se manifestar. Restringem sua indignação a confortáveis telefonemas para rádios e emissoras de TVs, quase sempre com intenção de prejudicar A ou B politicamente. Cadê as associações de moradores, os sindicatos os grêmios e entidades estudantis? Onde estão os movimentos populares? Será que todos os líderes comunitários estão pendurados em contracheques no Governo do Estado ou na Prefeitura de Teresina? Ou será que a população acha que os governantes, atendidos por luxuosas clinicas e cobertos por caros planos de saúde, vão ligar para a plebe rude e ignara que padece nos HGVs da vida? Ou pior, o povão acha que seu João Claudino, Rufino Damásio, Paulo Guimarães, Jesus Tajra, Reginaldo Carvalho é quem devem fazer a tal manifestação? Minha gente, cada um grita pela sua dor. Os empresários são capazes de participar de manifestações, mas com certeza serão pela Reforma Tributária, ou pela Reforma da CLT e não para garantir os direitos de quem se cala. Neste caso, vale o velho ditado popular "Quem Cala Consente". O Pronto Socorro continua parado por um consentimento da população. PS: Tenho um pedido a fazer ao presidente da Fundação Municipal de Saúde, o doutor João Orlando: O senhor tem uma folha de serviços larga demais para ter que ir aos veículos de comunicação justificar esta palhaçada. Doutor João Orlando, não há cargo que valha a submissão de um homem valoroso como o senhor a um papel tão indigno quanto este. Se for pelo espírito público deixe isso pra lá por quê o público mesmo não valoriza em nada o Pronto-Socorro Municipal, se não o mesmo já estaria aberto. Não vá mais às TVs não!
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
Ver todos os comentários | 0 |