"Nunca imaginei que fosse encontrar tanta irresponsabilidade, tanto descaso. Até o sistema da folha de pagamento foi levado. Já registramos vários Boletins de Ocorrência para recuperarmos algumas coisas, tipo bujão de gás, macaco de viatura, chaves, extintores e até pneus. Sabe o que é você chegar numa prefeitura e não encontrar uma única folha de papel chamex? Os computadores nem se fala, as cadeiras de odontólogos sumiram".
- Foto: Lucas Dias/GP1
Prefeito de Porto, Dó Bacelar
A denúncia foi feita nesta segunda-feira (16) a este repórter pelo prefeito Dó Bacelar (PP) ao falar sobre a situação em que encontrou, no dia 2 passado, a prefeitura de Porto (170 quilômetros de Teresina) no Baixo Parnaíba. Bacelar informou que conseguiu recuperar aparelho de TV depois de registrar queixa na Polícia. O ex-prefeito, Maninho Geronço (PSDB) ainda não se manifestou. Dó venceu a eleição com mais de 2 mil votos de diferença.
EXCLUSIVAS
Velha prática
Essa prática de saquear prefeituras por perdedores de eleição tem aumentado no Piauí e escreve uma triste história. Infelizmente não se tem notícia de punições exemplares.
Cadeia para todos
O Brasil não suporta mais determinadas práticas. Esse negócio de desviar recursos públicos, encher as prerfeituras de parentes, afilhados e credores precisa ser investigada imediatamente pelo Ministério Público.
Compra de votos
A Justiça Eleitoral criou uma série de obstáculos para os candidatos, mas não entrou fundo na questão da compra de votos, que não acontece apenas no período eleitoral.
Compra de vereadores
A compra de votos acontece também nas eleições de mesas diretoras de câmaras municipais e são mais vergonhosas. O que leva, por exemplo, um vereador que se elegeu pela oposição a de repente votar a favor de um candidato imposto pelo prefeito vencedor?Claro que é compra de voto.
Perda de mandato
Tudo indica que este ano alguns fatos dessa natureza serão examinados pela Justiça. Conversei com um juiz federal recentemente em Fortaleza e ele me disse que precisa haver uma provocação, de populares ou de algum vereador, pedindo investigação ao Ministério Público. Há coisas que não precisam de documentos para comprovar.
Moeda de troca
O pior é que a moeda de troca para atrair esse tipo de voto são empregos na administração pública, o que pode ser facilmente comprovado. É muito pior comprar a consciência de um político com cargos do que fazer um favor a um eleitor no período eleitoral.
De volta
É óbvio que estamos de volta, depois de 15 dias de férias. Neste curto tempo estivemos no Maranhão, no Ceará e rapidamente em Brasília. Conversei muito com São Francisco, em Canindé, e com amigos que todos os anos estão por lá na mesma data. Posso assegurar que pelo menos dois estados do Nordeste receberão visitas inesperadas.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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