Exclusivo: Confira os detalhes da reunião em que Moraes Souza comunicou que apoiaria Marcelo Castro

Precisamente às 22h30min da última segunda-feira, dia 6,o vice-governador do Piauí Moraes Souza Filho (PMDB), a partir da sua residência na na zona leste deTeresina, pegou o telefone e fez duas ligações. A primeira para o deputado federal Marcelo Castro, presidente do PMDB,e a segunda para o presidente da Assembléia Legislativa, Themístocles Sampaio Pereira Filho. Aos dois fez  o seguinte pedido:"estou esperando vocês, agora, na minha casa".Diante da confirmação dos deputados, ele voltou ao telefone e fez mais duas ligações, uma para  João Madson Nogueira e a outra para Mauro Tapety, ambos deputados estaduais do PMDB. Zé Filho, como se tornou conhecido o filho de Antônio José Moraes Souza, estava ao lado da esposa, Juliana, também parlamentar do PMDB.
Marcelo, sentado no banco do carona, e Themístocles, no banco traseiro, foram os primeiros a chegar a bordo de uma camioneta SW4. Desceram rapidamente e se encaminharam para o interior da residência onde foram recebidos com abraços fortes pelo vice-governador e sua mulher. Dez minutos depois chegou o deputado estadual João Madison Nogueira, também utilizando uma camioneta.

Demonstrando conhecer a casa muito bem, Madson seguiu apressadamente para o seu interior, sem perceber que acabara de chegar o seu companheiro de partido Mauro Tapety. Os dois entraram e se juntaram aos apreensivos Marcelo e Themístocles. Todos sabiam que algo de muito sério seria comunicado pelo vice-governador.
José Filho e Juliana ofereceram algo para merendar e ficou acertado que comeriam pizza com refrigerante. Não demorou e chegaram três grandes com igual número de garrafas pet de dois litros. Duas de Coca-cola e uma de Fanta Laranja. Só o deputado João Madson recusou a merenda, alegando que havia jantado e que, por controle de glicemia, não podia exagerar nas massas.

Esses foram os momentos de maior descontração porque em seguida o vice-governador adotou uma expressão grave  e começou a falar. Disse que refletira bastante, que conversou com a esposa, meditara o suficiente para chegar à conclusão de que o PMDB, seu partido, precisava ganhar a eleição. Nesse momento os convidados ficaram mais ansiosos e esperaram que ele confirmasse a sua candidatura depois de assumir o Governo, mas a pergunta que dirigiu a seguir a Marcelo Castro impregnou o ambiente de emoção. Fixando o olhar em Marcelo, José Filho perguntou: "Marcelo, você aceita ser o candidato....?"

Lívido, o deputado federal Marcelo Castro, de larga experiência em negociações políticas, parecia ter perdido a voz, o que levou José Filho a repetir a pergunta: "Marcelo, você aceita ser o candidato a governador do PMDB?".Todos voltaram os olhares para o presidente do partido e só aí, emocionado, ele respondeu que aceitava.

João Madson, Themístocles, Mauro Tapety e o próprio Marcelo haviam dito a José Filho que seguiriam qualquer decisão que ele tomasse. O vice-governador explicou que tinha percebido que o nome de Castro unia o partido, evitando qualquer dissidência e falou com entusiasmo, quando garantiu que o PMDB ganharia a eleição.
A reunião  entrou pela madrugada e os convidados só deixaram a residência do vice-governador por volta das 3 horas da manhã da terça-feira, dia 7. Mais tarde, por volta das 9 horas manhã, o filho  do falecido Antônio José Moraes Souza, político que ficou conhecido pelos hábitos simples e pela dedicação aos amigos, deixou sua casa e foi se encontrar com Wilson Martins, a quem comunicou a sua decisão.

Wilson, que no dia anterior lhe havia dito que acataria qualquer que fosse a sua decisão, abraçou o companheiro e profetizou: "vamos arregar as mangas para ganhar a eleição".