O soldado da Polícia Militar do Maranhão, Christhofer Leonel Pio Santos, que foi preso pela Polícia Civil do Piauí nessa terça-feira (28) por furto de energia e de água, já responde a ação penal na Justiça do Piauí por crime de furto qualificado, sob acusação de ter utilizado dados do cartão de crédito de uma servidora pública estadual, sem o consentimento dela, para efetuar compras virtuais e 35 corridas no aplicativo 99 Táxis.
As informações às quais a Coluna obteve acesso, com exclusividade, fazem parte de uma ação penal com data de audiência de instrução e julgamento marcada para o dia 21 de maio de 2024.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, no dia 17/02/2019, o denunciado estava com a servidora pública no bar "Novo Boteco", localizado na Avenida Nossa Senhora de Fátima, zona leste de Teresina, quando teve acesso ao cartão de crédito da vítima, uma vez que esta, valendo-se da confiança que possuía no denunciado como seu amigo, entregou o referido cartão para o policial militar, enquanto se dirigiu ao banheiro do estabelecimento.
Porém, Christhofer Leonel não devolveu o cartão para vítima e ela, por sua vez, só percebeu que o cartão ainda estava na posse dele no dia seguinte, vindo a restituí-lo posteriormente.
Ocorre que, antes de devolver o cartão à vítima, Christhofer Leonel furtou os dados cadastrais e os utilizou para efetuar diversos débitos não autorizados por ela, equivalentes a corridas no aplicativo “99 Táxis”, entre os dias 17/02/2019 e 17/03/2019 – totalizando o valor de R$ 702,15 (setecentos e dois reais e quinze centavos) –, bem como uma compra no site “Dafiti”, no valor de R$ 227,70 ( duzentos e vinte e sete reais e setenta centavos), e uma recarga de celular TIM para o número (86) 9XXXX- 2835, no valor de R$ 30,00 (trinta reais), totalizando R$ 1.009,85 (Um mil, nove reais e oitenta e cinco centavos).
Vítima reconheceu o número do telefone como sendo do PM
No dia 18/03/2019, após consultar a fatura de seu cartão de crédito, a servidora pública verificou a existência das dívidas, realizadas sem seu conhecimento e consentimento, reconhecendo que o número de celular beneficiado com o crédito do seu cartão, como sendo o de seu amigo Chisthofer Leonel Pio dos Santos. Logo em seguida, ela entrou em contato com o soldado da PM, por meio do aplicativo WhatsApp.
Ao ser indagado se havia utilizado o cartão da vítima, Chisthofer afirmou que as corridas do aplicativo “99 Táxis” coincidiam com as realizadas por ele. Diante disso, a vítima pediu que Chisthofer informasse quais compras e serviços de sua fatura haviam sido realizadas por ele, contudo até o vencimento da fatura o denunciado não o fez, bem como, não transferiu qualquer valor para a vítima a título de pagamento.
Após diversas cobranças, Christhofer Leonel realizou o depósito de R$ 259,00 (duzentos e cinquenta e nove reais), motivo pelo qual, no dia 11/07/2019, a vítima dirigiu-se à Delegacia Geral de Polícia Civil e registrou Boletim de Ocorrência.
A Polícia Civil requisitou informações acerca dos dados cadastrais dos usuários que realizaram a compra ou utilizaram os serviços, que constavam na fatura do cartão de crédito da vítima, e identificou-se o usuário como sendo Christhofer Leonel.
Denúncia
Em função do indiciamento de Christhofer Leonel Pio Santos, o Ministério Público do Piauí, por meio do promotor de Justiça José Eduardo Carvalho Araújo, ofereceu denúncia à Justiça por crime disposto no art. 155, §4º, II do Código Penal, que por sua vez designou audiência de instrução e julgamento do réu para o dia 07/06/2022.
No entanto, a data audiência de instrução e julgamento foi modificada para 31/10/2023 e, por último, designada novamente para o dia 21 de maio de 2024, quase 5 anos depois do oferecimento da denúncia pelo Ministério Público.
A audiência deverá ser realizada na sala de audiências da 4ª Vara Criminal de Teresina-PI, caso não ocorra nova mudança na data.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
Ver todos os comentários | 0 |