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Colunista Brunno Suênio
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Vereador Arthur Filho é acusado de matar idoso atropelado em Teresina

O inquérito que investiga o caso foi instaurado no dia 13 de novembro pela Polícia Civil do Piauí.

O vereador Arthur Deolindo Campelo Marinho Filho (PT), do município de Lagoa do Piauí, está sendo investigado pela Polícia Civil do Piauí, suspeito de atropelar e matar um idoso de 60 anos na Avenida Presidente Kennedy, zona leste de Teresina. O fato ocorreu no dia 11 de novembro.

O inquérito policial que investiga o caso foi instaurado no dia 13 de novembro pelo delegado Carlos César Camelo, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Trânsito (DRCT).


Foto: Reprodução/FacebookVereador Arthur Marinho Filho
Vereador Arthur Marinho Filho

Segundo o laudo do exame pericial ao qual a Coluna obteve acesso, o idoso Jeovah Vieira de Oliveira foi atropelado na Avenida Presidente Kennedy, na região do bairro Morros, por volta das 3h30 do dia 11 de novembro. Ele foi colhido por um Chevrolet Prisma Sedan, de cor branca, que trafegava na faixa exclusiva para ônibus.

Foto: GP1Jeovah Vieira de Oliveira
Jeovah Vieira de Oliveira

O laudo aponta que o carro que atropelou o idoso não freou e seguiu em alta velocidade, com o corpo da vítima no teto, por cerca de 3,5km. O corpo do idoso caiu após o automóvel fazer uma curva, contudo, o motorista seguiu normalmente.

Foto: GP1Local onde o idoso morreu atropelado
Local onde o idoso morreu atropelado

A Polícia Civil verificou que o Chevrolet Prisma que atropelou o idoso pertencia a Ubiratan Júnior Berger do Nascimento, filho da jornalista Karla Berger, esposa do vereador Arthur Filho.

Foto: GP1Carro que atropelou Jeovah de Oliveira
Carro que atropelou Jeovah de Oliveira

Durante as diligências, os investigadores apuraram que o carro era conduzido pelo vereador.

Vídeo mostra atropelamento

Um vídeo registrado por câmeras de segurança instaladas em um bar na Avenida Presidente Kennedy mostra o exato momento em que Jeovah de Oliveira atravessa a pista e é atropelado na faixa exclusiva para ônibus, onde é proibida a circulação de outros veículos.

O que diz o vereador

O vereador Arthur Filho foi ouvido duas vezes pela Polícia Civil, nos dias 17 de novembro e, recentemente, em 12 de dezembro. No dia 17 de dezembro ele prestou declaração e afirmou que chegou a sentir um primeiro impacto na frente do carro e outro acima do automóvel, mas que não viu o que havia atingido, ou se tinha atropelado alguém.

Ele contou que ficou assustado e entrou em pânico e por isso resolveu não parar o veículo e seguiu direto para casa, mas ratificou que não viu nenhum corpo preso na lataria do carro. O parlamentar ressaltou que não havia ingerido bebida alcoólica.

Leia na íntegra o depoimento prestado no dia 17 de novembro:

“Respondeu que, no dia 10 de novembro do corrente ano deixou o seu filho na escola no turno da tarde, por volta das 13h20min e viajou para a cidade de Lagoa do Piauí/PI onde exerce o cargo de vereador daquele município; que, permaneceu naquele município até por volta das 02h00min da madrugada do dia 11/11/2023; que, naquele município exerceu as suas atividades inerentes de vereador, inclusive a visita a populares, mas alega que não fez uso de bebidas alcoólicas; que, como estava muito tarde da noite e ao retornar para Teresina-PI, solicitou um assessor de nome: Francisco das Chagas, telefone: 86 99563-6498, o acompanhasse na viagem de volta para Teresina/PI; que chegou a Teresina/PI, por volta das 03h00min e se dirigiu diretamente para a sua residência; que, chegou a cidade de Teresina-PI, pela BR-316 e seguiu o percurso pela Miguel Rosa, Walter Alencar, Marechal Castelo Branco, ponte Wall Ferraz, Avenida João XXII, passando pelo Balão do São Cristóvão e seguindo pela Avenida Presidente Kennedy e chegando a sua residência, no condomínio Aldebaran; que, ao passar em frente ao condomínio Catalunha e após passar ao semáforo o declarante acessou a faixa de tráfego destinado aos ônibus e passou a trafegar por esta faixa da via; que, mais a frente antes de chegar nos posto de combustível Bola e Vida, o declarante sentiu um forte impacto na lateria do seu veículo, do lado direito; que, percebeu o vidro dianteiro quebrado e sentiu um primeiro impacto na frente do veículo e outro acima do veículo, mas o declarante afirma que não viu o que havia atingido, ou se havia atropelado alguém; que, em razão do ocorrido o declarante ficou muito assustado e entrou em pânico e, então resolveu não parar o veículo e seguiu direto para a sua residência; que, o declarante afirma que não viu nenhum corpo preso na lataria do seu veículo; que, o declarante acredita que o acidente tenha ocorrido por volta das 03h30min do dia 11/11/2023; que, a testemunha que estava no veículo, Francisco das Chagas, reside na cidade de Lagoa do Piauí, e o declarante se compromete a apresentar o mesmo nesta Delegacia para prestar declarações; que, somente quando chegou em sua residência é que viu a extensão dos danos do seu veículo e afirma que este encontra estacionado na casa de seu pai”.

No dia 12 de dezembro, Arthur Filho foi interrogado pelo delegado Carlos César, ocasião em que ratificou todas as afirmações feitas no dia 17 de novembro.

Leia na íntegra o depoimento do dia 12 de dezembro:

“Respondeu que ratifica integralmente as afirmações que fez no termo de declarações prestado nesta delegacia no dia 17/11/2023, nada querendo acrescentar; que, perguntado se já foi preso ou processado, respondeu que já foi preso em uma abordagem da Polícia Militar portando arma de fogo há cerca de quinze anos, tendo respondido a processo criminal o qual foi arquivado por prescrição; que somente responde este processo criminal na vida; que, perguntado se faz uso de substância entorpecente respondeu que não”.

Delegado pediu novo prazo para concluir inquérito

No dia 13 de dezembro o delegado Carlos César encaminhou ofício à Justiça, pedindo a dilação de prazo para conclusão do inquérito que investiga o caso, alegando que ainda aguarda a oitiva de uma testemunha, bem como a resposta de ofícios encaminhados ao Samu e ao Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran) para fechar o caso.

Família pede Justiça

Na tarde desta sexta-feira (29) a Coluna entrevistou Janiele de Oliveira, filha de Jeovah de Oliveira. Ela revelou que a família descobriu quem era o motorista do carro apenas um mês depois do atropelamento. “Só fomos saber quem foi o autor depois de um mês, na delegacia não queriam falar quem era. E aí a gente resolveu colocar um advogado e nós sabemos através do advogado quem foi”, relatou a filha.

Janiele afirmou que a família está abalada com o ocorrido e clama por Justiça. “Queremos justiça, porque o que ele fez foi muito desumano, ele não deu chance de vida para o meu pai, não socorreu e de, nenhuma forma, tentou ajudar, nem a família, nem deu notícias. Até hoje ninguém apareceu para nada, ele desestruturou a família por completo”, desabafou a filha de Jeovah de Oliveira.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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