Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram, nesse domingo (10), uma área da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) na cidade de Juazeiro, na Bahia.
Segundo o movimento, os invasores protestam pela falta de cumprimento de um acordo para o assentamento de mil famílias do Estado, que teria sido feito em 2008. Na ocasião, conforme o MST, a Codevasf e o Incra se comprometeram a destinar 13 mil hectares de suas terras para assentamentos do MST.
O movimento protesta por falta de água para o plantio no acampamento Terra Nossa, onde vivem as 300 famílias que invadiram a área da Codevasf. Eles alegam que o fornecimento de água é de responsabilidade da estatal.
Em nota, a Codevasf afirmou que a água “destina-se aos agricultores regularmente instalados” e que “a maior parte dos produtores atendidos pelo projeto pratica a agricultura de caráter familiar”.
“São 255 produtores familiares e 68 produtores empresariais, que atuam em 5,1 mil hectares. A outorga de água emitida pelo órgão regulador é específica para uso na área do Projeto Salitre”, disse a estatal em nota.
O MST também voltou a se queixar de demora no avanço das políticas de reforma agrária do governo do presidente Lula. Na sexta-feira (08), eles invadiram uma área em Minas Gerais.
Na última quarta-feira (06), o deputado federal Valmir Assunção (PT), militante do MST, discursou no Congresso e ameaçou novas invasões. “Essa é uma preocupação. Nos assentamentos falta água, falta estrada, não há desapropriação”, afirmou o parlamentar.
O movimento também afirma que a Codevasf impede o acesso à água de um projeto de irrigação que fica a 800 metros do acampamento Terra Nossa.
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