Jeyson Moraes
O guarda civil Henrique Marival de Sousa, de 37 anos, foi responsável pela morte a tiros do secretário-adjunto de Segurança e Controle Urbano de Osasco, Adilson Custódio Moreira, nesta segunda-feira (6), em um crime ocorrido na sede da Prefeitura de Osasco, na região metropolitana de São Paulo.
Henrique, que estava inconformado com mudanças na composição das equipes de segurança pessoal do prefeito e da primeira-dama, disparou pelo menos 10 tiros contra Moreira após uma reunião, em um episódio marcado por desavenças profissionais e pessoais.
O motivo do conflito
Segundo o depoimento de outro guarda civil, que presenciou o ocorrido e foi ouvido pela polícia, Henrique Marival estava insatisfeito com as mudanças anunciadas por Adilson Moreira na reunião convocada para a tarde de segunda-feira. O encontro tinha como objetivo informar aos membros da Guarda Civil sobre quem permaneceria nas equipes de segurança pessoal e quem retornaria para as funções ordinárias na corporação. Henrique fazia parte da equipe de segurança da primeira-dama Aline Lins, esposa do ex-prefeito Rogério Lins. Quando foi informado de que voltaria para as funções na Guarda Municipal, o guarda civil ficou “inconformado” com a alteração, embora não tenha demonstrado sinais de exaltação durante o encontro.
Após o término da reunião, Henrique, que estava entre os últimos a ser recebido por Adilson Moreira, se retirou para um encontro particular com o secretário-adjunto. Minutos depois, a testemunha foi informada sobre os disparos de arma de fogo, e retornou ao local, onde encontrou Henrique já detido pela polícia. De acordo com o depoente, Henrique era considerado uma pessoa tranquila, sem histórico de agressividade.
O crime e a apreensão de armas
O crime aconteceu em uma sala da Prefeitura de Osasco, onde o guarda e o secretário ficaram trancados por cerca de uma hora e meia. Durante esse período, Henrique montou barricadas antes de disparar a pistola Taurus calibre 40 contra o secretário, causando sua morte. A Polícia Civil apreendeu a arma do crime, bem como outros objetos, incluindo carregadores, estojos de munição, cartuchos e até um simulacro de arma encontrado na mochila do atirador, que estava em seu carro.
Além disso, foi encontrada uma arma de fogo na residência de Adilson Moreira, uma pistola de calibre 40, cujos detalhes ainda estão sendo investigados pela polícia. O caso foi registrado como homicídio no 5º Distrito Policial de Osasco.
Quem é Henrique Marival de Sousa?
Henrique Marival de Sousa ingressou na Guarda Civil Municipal de Osasco em 2015, sendo um guarda de 1ª Classe. Ele é descrito como uma pessoa tranquila e casado, com uma filha. Após o crime, a esposa do guarda tentou convencê-lo a se entregar à polícia, uma tentativa que, aparentemente, não teve sucesso imediato.
Quem era Adilson Custódio Moreira?
Adilson Custódio Moreira, nascido em Jequitinhonha, Minas Gerais, e naturalizado paulistano, tinha uma longa trajetória na Guarda Civil Municipal de Osasco. Com experiência em várias funções dentro da corporação, desde motorista de viaturas até o coordenador de transportes e reestruturação predial da GCM, ele desempenhou um papel importante na implantação de diversas iniciativas dentro da Guarda Civil, como o Canil da GCM e o Plano de Cargos e Carreiras.
O secretário era respeitado por seu trabalho na segurança municipal e por suas contribuições à estruturação e melhoria da Guarda Civil de Osasco. Sua morte precoce deixou a cidade em choque, e a motivação do crime continua sendo investigada pelas autoridades.
Investigações em curso
A Polícia Civil segue investigando o caso, que já foi classificado como homicídio. A apuração inicial indica que o crime foi motivado por desavenças profissionais e pessoais entre Henrique Marival e Adilson Moreira, com descontentamento do guarda com as mudanças no quadro de segurança pessoal. A investigação está em andamento para esclarecer todos os detalhes do incidente e os possíveis fatores que contribuíram para a tragédia.
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