Outros dois cardiologistas, além de Ludhmila Hajjar, estão cotados pelo Palácio do Planalto para assumir a vaga de Eduardo Pazuello no comando do Ministério da Saúde - como informou o Estadão neste domingo, o presidente Jair Bolsonaro decidiu trocá-lo e já procura um substituto. São eles: Marcelo Queiroga, atual presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, e José Antonio Franchini Ramires, professor titular do Instituto do Coração (Incor) de São Paulo.
Queiroga tem bom trânsito em Brasília e no governo, tendo sido convidado este ano para integrar a direção da Agência Nacional de Saúde Suplementar, a ANS. Já Ramires teria sido indicado ao presidente por sua ala ideológica. Enquanto tenta atrair um médico renomado, o Planalto "guarda" uma opção ofertada a ele por parlamentares do Centrão, agora aliados do governo: o deputado Luiz Antônio Teixeira Júnior (PP-RJ). Médico ortopedista, está em seu primeiro mandato e já foi secretário estadual de saúde do governo do Rio.
Conheça mais dos candidatos:
Marcelo Queiroga
Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Paraíba, Queiroga é especialista em cardiologia e tem doutorado em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto/Portugal. Atualmente, dirige o departamento de hemodinâmica e cardiologia intervencionista (Cardiocenter) do Hospital Alberto Urquiza Wanderley (Unimed João Pessoa) e é médico cardiologista intervencionista no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, também na Paraíba.
Atuou como dirigente da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, na qual já exerceu a presidência no biênio 2012/2013, sendo membro permanente do seu Conselho Consultivo. Integra ainda o Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba como Conselheiro Titular.
Assim como Ludhmila Hajjar, recebida neste domingo pelo presidente para debater a sucessão de Pazuello, Marcelo Queiroga defende o isolamento social como forma de combate à pandemia. Ele também já se posicionou contrário ao "tratamento precoce" defendido por Bolsonaro à base de cloroquina, medicamento sem comprovação científica para covid-19.
De perfil técnico, Queiroga atuou na equipe de transição do governo de Michel Temer para Bolsonaro no fim de 2018. Em setembro do ano passado, encontrou-se com o presidente no Planalto e chegou a postar uma foto com ele.
José Antonio Franchini Ramires
Mestre e doutor em Cardiologia, José Antonio Franchini Ramires já foi diretor do Incor e atualmente é professor titular do instituto. Formado em Medicina pela Universidade de São Paulo em 1972, já publicou artigos sobre a relação da covid-19 e o coração. É ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia
Doutor Luizinho
O deputado Luiz Antônio Teixeira Jr. (PP-RJ) também é médico e, assim como Queiroga, tem boa relação com representantes do Planalto. Doutor Luizinho, como é conhecido pelos colegas, foi escolhido para presidir a Comissão de Seguridade Social da Câmara neste ano.
Ao assumir o posto, afirmou que o tema da pandemia deverá ser o assunto predominante em 2021 no grupo e defendeu um trabalho harmônico na Casa. "Temos mais de 270 mil pessoas mortas no nosso País. Nós precisamos de união", disse. "Nós vivemos hoje num País conflagrado, num País que parece que perdemos nossa capacidade de estarmos unidos para enfrentarmos a pandemia. Aqui não será campo de batalha", completou.
Em 2020, ele foi relator da comissão montada na Casa para acompanhar ações de combate à covid-19. Pelas redes sociais, Doutor Luizinho afirma que foi o deputado que mais aprovou leis ao longo da crise sanitária. Destaca, especialmente, a que vetou a exportação de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e a que permite ao Ministério da Saúde utilizar o saldo remanescente dos planos de saúde nos Estados para custear ações de combate ao novo coronavírus.
Natural de Nova Iguaçu, o parlamentar tem 47 anos e está em seu primeiro mandato na Câmara. Especialista em ortopedia, foi eleito com 103 mil votos. Antes de se tornar parlamentar, Luizinho foi secretário de Saúde do Rio de Janeiro de 2016 a 2018, durante a gestão do governador Luiz Fernando Pezão (MDB). O então secretário foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), no âmbito da Lava Jato, por constrangimento ilegal em caso relacionado à segurança privada de unidades estaduais de saúde.
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