A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou nesta sexta-feira, 12, que em março receberá da farmacêutica AstraZeneca o dobro do número de lotes de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) inicialmente previstos para este mês. Ao longo de março serão enviados da China quatro lotes de 256 litros cada, com quantidade de insumo suficiente para a produção de 30 milhões de doses de vacina.
Com isso, a produção de vacinas na Fiocruz estará garantida até o final de maio, segundo a instituição. A campanha nacional de imunização do Brasil tem seguido em ritmo lento por escassez de doses. O Rio de Janeiro, por exemplo, suspendeu esta semana a aplicação em parte dos idosos.
Uma remessa programada para chegar ao Brasil neste sábado, 13, não havia sido liberada por causa da emissão da licença de exportação pelas autoridades chinesas e a conclusão dos procedimentos alfandegários. Ao tomar conhecimento da situação, a Fiocruz comunicou ao Ministério da Saúde, que, com o apoio do Ministério das Relações Exteriores, interveio junto às autoridades chinesas para liberar o embarque do IFA ao Brasil, conforme a Fiocruz informou em nota.
Após a obtenção da licença emitida pelas autoridades chinesas para exportação, na manhã desta sexta-feira, a AstraZeneca anunciou o adiantamento de dois lotes, totalizando o envio de quatro lotes em março, segundo a Fiocruz.
Não é a primeira vez que o envio de vacinas trava por problemas diplomáticos com a China. E janeiro, também houve o mesmo problema em relação à liberação de matéria-prima da Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e pelo Instituto Butantan. Analistas atribuíram a dificuldade de liberação do material pelas autoridades de Pequim a declarações contra os chineses feita pelo presidente Jair Bolsonaro e seu chanceler, Ernesto Araújo.
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