As campanhas de vacinação em massa, que começam a fazer frente ao rápido avanço da covid-19, não serão suficientes para garantir a imunidade coletiva ainda em 2021, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta segunda-feira, 11. A OMS advertiu que o uso de máscaras, o distanciamento e a higiene continuarão fazendo parte do dia a dia da humanidade "pelo menos até o fim deste ano".
"Não vamos atingir nenhum nível de imunidade da população, ou imunidade de rebanho em 2021", declarou a chefe da equipe científica da OMS, Soumya Swaminathan, em entrevista coletiva. A distribuição da vacina "leva tempo", explicou ela.
Um ano após Pequim confirmar a primeira morte por covid-19, na cidade central de Wuhan, uma equipe de especialistas da OMS chegará ao país nesta semana para iniciar a investigação sobre a origem do coronavírus. A China confirmou ontem que os dez especialistas da OMS desembarcam na quinta-feira, 14, para realizar "investigações conjuntas com cientistas chineses", segundo um breve comunicado do Ministério da Saúde.
Sob pressão internacional, principalmente dos Estados Unidos e da Austrália, para uma investigação independente, a visita é muito sensível para o regime chinês, preocupado com evitar qualquer responsabilidade na pandemia que virou o planeta de cabeça para baixo. "Trata-se de compreender as origens da pandemia, não de encontrar um culpado", disse o diretor de questões de emergência de saúde da OMS, Michael Ryan.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, também disse que a agência "foi informada pelo Japão, no fim de semana, sobre uma nova variante do vírus". A nova variante, que possui 12 mutações, entre elas uma das variantes identificadas no Reino Unido e na África do Sul, foi identificada em quatro viajantes procedentes do Brasil.
No mundo, o coronavírus já infectou mais de 90 milhões de pessoas, deixando mais de 1,94 milhão de mortos.
Capacidade de produção
A empresa alemã BioNTech disse que poderá produzir milhões de doses de sua vacina, mais do que inicialmente esperado para este ano, aumentando a produção de 1,3 bilhão para 2 bilhões.
O laboratório, que se associou ao americano Pfizer para produzir a primeira vacina aprovada no Ocidente, também alertou que a covid-19 "provavelmente se tornará uma doença endêmica". As vacinas terão que lutar contra o surgimento de novas variantes virais e uma "resposta imunológica natural minguante", afirmou a Pfizer.
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