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Covid-19: Paraná e Rússia assinam acordo para produção de vacina

Segundo o governo, se trata de um acordo de cooperação e transferência de tecnologia. Não existe, por enquanto, expectativa ou prazos estabelecidos para o início dos testes.

O Governo do Paraná assinou na tarde desta quarta-feira, 12, um acordo de cooperação técnica com a Rússia para a testagem e eventual produção de uma vacina contra a covid-19. Os detalhes do contrato devem ser anunciados a partir das 16h30 pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).

Segundo o governo, se trata de um acordo de cooperação e transferência de tecnologia. Não existe, por enquanto, expectativa ou prazos estabelecidos para o início dos testes. Todo o processo será acompanhado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Comitê de Ética em Pesquisas, vinculados ao Ministério da Saúde.


“Se passar por todos os testes, a gente produz (a vacina no Paraná)”, disse reservadamente ao Estadão uma fonte que acompanhou a assinatura do acordo.

A formalização do Memorando de Entendimento sobre o desenvolvimento, testes e produção da vacina contra a covid-19 também foi confirmada pela Embaixada da Rússia no Brasil. Na comunidade científica, o anúncio do imunizante tem despertado mais desconfiança do que otimismo.

Após uma série de reuniões em Brasília, os termos do contrato foram definidos na tarde desta quarta-feira, no Palácio Iguaçu, sede do Poder Executivo estadual. Estiveram reunidos o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), o embaixador russo no Brasil, Sergey Akopov, e representantes do Fundo Soberano Russo, da Casa Civil do Paraná e do Tecpar.

Incertezas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que não há, por enquanto, estudos clínicos que indiquem a segurança e a eficácia da vacina desenvolvida pelo Instituto Gamaleia de Moscou. A proposta também não figura entre os quatro antígenos que atualmente cumprem a fase 3 do protocolo de testagem.

A chancela da OMS é de interesse do governo da Rússia, que precisa dessa aprovação para, eventualmente, produzir e exportar a Sputnik V em escala global. Segundo a entidade, as informações sobre os ensaios pré-clínicos e clínicos realizados até o momento são aguardados “nos próximos dias”.

Independentemente de como avançam as tratativas russas junto à OMS, a eventual testagem, produção e distribuição de vacinas passa pela aprovação das agências reguladoras nacionais.

“Cabe à Anvisa fazer a análise dos dados”, afirmou a vice-diretora geral da organização, Mariângela Batista Galvão Simão, ouvida na manhã desta quarta-feira na Assembleia Legislativa do Paraná. “A empresa estatal russa vai ter de fornecer todos os registros dos ensaios clínicos. É claro que seria uma excelente notícia se essa vacina for eficaz e segura, mas ainda faltam alguns dados para que a gente possa dizer isso”, completou.

Ao Estadão, a Anvisa disse, em nota, que o laboratório russo responsável pela vacina não apresentou nenhum pedido de autorização de protocolo de pesquisa ou de registro de antígenos. Segundo a agência, “a análise da Anvisa começa a partir da solicitação do laboratório farmacêutico”.

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