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Saúde

Prefeitura de SP avalia deixar de usar leitos de hospitais privados

Número de pedidos de novas internações está em queda há quatro semanas, segundo Bruno Covas (PSDB).

Após a saída, nesta segunda-feira, 29 dos dois últimos pacientes que estavam internados no Hospital Municipal de Campanha do Pacaembu, na zona oeste de São Paulo, a Prefeitura da capital estuda se manterá ou não contratos com os hospitais privados da cidade para usar leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para pacientes com covid-19. O hospital de campanha do Pacaembu, que foi aberto no dia 6 de abril, foi fechado. Segundo a Prefeitura, foram atendidos no local 1.515 pacientes.

“Tivemos redução no número de novas internações nas últimas quatro semanas”, disse o prefeito Bruno Covas (PSDB), na manhã desta segunda, durante coletiva no estádio do Pacaembu, após as saída dos pacientes. A cidade, ainda segundo Covas, teve 11 pedidos de transferência de pacientes para a UTI neste domingo. No auge da crise, no mês passado, “o número chegou a ser entre 80 e 90” pedidos, ainda segundo o prefeito.


Dos 1.340 leitos de UTI existentes na cidade para o atendimento de pessoas infectadas pelo coronavírus, nesta segunda-feira, 29, 648 (53%) estão com pacientes – 510 em leitos da Prefeitura e 138 em hospitais particulares. Com 530 leitos públicos sem utilização, há dúvidas na gestão Covas se é preciso ainda manter os leitos na rede privada.

Cada leito da rede privada em utilização gera um custo diário de R$ 2.100 à Prefeitura. Os convênios com os hospitais privados são assinados por um período de 30 dias, e a maioria deles vence nesta terça-feira.

Nesta semana, os acordos ainda devem ser renovados, mas haverá uma nova avaliação de como a epidemia evolui na cidade até sexta-feira, quando o tema será avaliado em reunião. Se os contratos forem mantidos, a Prefeitura deve reduzir a quantidade de leitos solicitados aos hospitais particulares da cidade. No momento, estão disponíveis 190 leitos.

A aceleração da covid-19 no interior traz duas preocupações aos técnicos da Saúde municipal. O primeiro é que as tendências de queda de internações e óbitos por coronavírus na cidade se alterem com a chegada de pessoas infectadas vindas das demais cidades do Estado.

O segundo é que as cidades do interior, que têm uma taxa de leitos de UTI por habitantes muito menores do que a da capital, poderão ficar sem vagas para seus pacientes e terminar por transferir, por intermédio do governo do Estado, pacientes de suas cidades para a capital.

Se isso ocorrer, a Prefeitura vem negociando com a gestão João Doria (PSDB) para que esses leitos ocupados com pacientes do interior não entrem na conta da taxa de ocupação das UTIs da cidade, uma vez que esse índice é um dos critérios usados pelo governo para definir a classificação da cidade, por cores, dentro do Plano São Paulo, o programa de reabertura econômica do Estado em meio à pandemia.

Hospitais de campanha na capital

No hospital do Pacaembu, os equipamentos usados para atendimento dos pacientes serão transferidos. “Os equipamentos vão passar por um processo de sanitização”, disse o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido. Eles irão para os hospitais São Miguel, Cidade Tiradentes e Itaquera. Já o Estádio passará por um outro processo, em que luzes ultravioletas serão usadas para matar o vírus, segundo os técnicos. É um processo em que a luz é aplicada por cerca de 10 minutos em cada superfície a ser limpa.

De acordo com a Prefeitura, a previsão de custo inicial do hospital, que contava com 200 leitos, era de R$ 28,4 milhões, mas o gasto final foi de R$ 23 milhões. Ainda segundo a gestão municipal, foram atendidos no local 1.515 pacientes. Desse total, 405 utilizaram a sala de estabilização (estrutura de terapia intensiva). Foram registradas três mortes no hospital de campanha do Pacaembu. O tempo médio de internação dos pacientes foi de cinco dias.

Os dois últimos pacientes que deixaram o hospital de campanha do Pacaembu foram uma mulher de 61 anos e um homem de 55. Ambos saíram do hospital em meio a aplausos de funcionários do hospital. A mulher havia sido internada no dia 22 e ficou nove dias na UTI de um hospital particular conveniado. Já o homem passou 57 dias internado, e chegou a ficar na UTI do Hospital das Clínicas. Ele estava havia 12 dias no hospital de campanha. Os demais pacientes do local foram transferidos para o outro hospital de campanha da Prefeitura, no Pavilhão de Exposições do Anhembi.

Além do Anhembi, a capital conta com hospitais de campanha no complexo do Ibirapuera e em Heliópolis.

Prefeitura estuda reabertura dos parques

A Prefeitura deve avaliar também, ao longo desta semana, a possibilidade de reabertura dos parques municipais na semana que vem, a partir do dia 6 de julho. “Não há proibição, necessidade de esperar a fase vermelha, laranja, amarela ou azul. É uma decisão da Prefeitura, e a decisão da Prefeitura é esperar”, disse Covas, ao comentar o tema.

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