O presidente Conselho Federal de Medicina, o médico Mauro Luiz de Brito Ribeiro, publicou um vídeo nas suas redes sociais onde repudia a postura dos governadores do Consórcio Nordeste que querem autorização do Ministério da Saúde para a contratação de cerca de 15 mil médicos brasileiros formados no exterior, sem que eles passem pela prova de Revalida, que faz a validação do diploma desses profissionais.
Os governadores do Consórcio Nordeste encaminharam ao Ministério da Saúde um ofício pedindo que seja autorizada esse tipo de contratação, para que esses médicos formados no exterior possam atuar no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus.
- Foto: Divulgação/FacebookMédico Mauro Luiz de Brito Ribeiro
Mauro Luiz afirmou que o Brasil possui médicos suficientes e capazes para atuarem na pandemia, e que mais de 54 mil acadêmicos de Medicina estão inscritos no Ministério da Saúde para atuação na luta contra o coronavírus.
Segundo o presidente, essa postura dos governadores é uma traição a categoria. “Vejo essa situação como uma traição dos governadores com argumento falaciosos, mentirosos e aproveitando do momento de maior ameaça da história da nossa sociedade, em relação a uma doença terrível, altamente transmissível e de uma letalidade muito rápida, para aprovarem algo totalmente desprezível, se locupletando no sentido de garantir a esses brasileiros o direito de atender a população brasileira, sem mostrar nenhum tipo de conhecimento médico para esse fim”, afirmou.
Ele ainda destacou que a prova é essencial para saber se esses profissionais estão prontos para atender a população. “Estamos profundamente decepcionados e estarrecidos com essa atitude dos governadores, baseados em uma mentira, porque não existe no momento nenhuma necessidade, de pessoas que nós nem sabemos se são médicos, de pessoas que não fizeram nenhum tipo de prova para atenderem os brasileiros nesse momento”, destacou.
Mauro pontuou que muitos desses profissionais do exterior não conseguem passar nas provas do Revalida e destacou que o Brasil tem profissionais competentes que estão na linha de frente no combate a doença. “Esses governadores, através de argumentos mentirosos, tentam criar um casuísmo para essas pessoas incompetentes que não conseguem passar no revalida. Então que eles parem com isso e prestigiem os médicos brasileiros, os residentes brasileiros, e que possam garantir EPIs para que nós lá na ponta possamos trabalhar com segurança”, finalizou.
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