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Saúde

Ministro Paulo Guedes: "como cidadão, quero ficar em casa"

Em videoconferência promovida pela Confederação Nacional dos Municípios, o ministro da Economia disse que a linha de equilíbrio entre saúde e economia é "difícil".

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a estimativa do governo é que a área da saúde precisa de três meses de isolamento para superar o novo coronavírus, mas ponderou que é difícil encontrar um equilíbrio com a economia. "Eu, como economista, gostaria que pudéssemos retomar a produção. Eu, como cidadão, ao contrário, aí já quero ficar em casa", disse Guedes durante videoconferência promovida pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

Em meio aos embates internos no governo sobre a importância do distanciamento social, Guedes disse que "temos que ter respeito pela opinião dos dois lados". "Vamos discutir de forma construtiva", afirmou. "Essa linha de equilíbrio (entre saúde e economia) é difícil. Em dois, três meses vai rachar para um lado ou para o outro."


Após ter contato com integrantes da comitiva presidencial que viajou aos Estados Unidos, no início do mês, que teve mais de 20 pessoas contaminadas pela covid-19, Guedes permanece em isolamento social. Na última semana, o ministro fez o teste e o resultado foi negativo. Aos 70 anos, ele faz parte do grupo de risco.

Durante encontro da CNM, Guedes falou também que o contágio pelo novo coronavírus está se acelerando agora no Brasil. Em breve, a previsão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, é que o número deve aumentar vertiginosamente até junho.

"Do ponto de vista da saúde, o isolamento teria que ser de 3 meses. Do ponto de vista econômico, na medida em que (a covid-19) sobe vertiginosamente, a atividade desaba", avaliou Guedes. "Apenas duas semanas atrás a arrecadação estava 20% acima do previsto, tínhamos 6% de aumento real. Só que quando ele (o vírus) atinge (o país), a receita cai para zero de companhias aéreas, ambulantes", continuou o ministro.

Ele afirmou que a economia brasileira aguenta ao menos parte do período necessário de paralisação por causa do isolamento, desde que a linha básica para entrega de itens essenciais como alimentos, suprimentos e medicamentos continuar a funcionar. Ele disse que, para a saúde, seria precipitado interromper o isolamento antes de pelo menos dois meses.

"Do ponto de vista da economia, a gente sabe que 1 mês a economia aguenta. A Tereza (Cristina, da Agricultura) e o Tarcísio (de Freitas, dos Transportes) estão fazendo belíssimo trabalho. Se a linha básica de alimentação, suprimento, remédio funcionar, pedir comida em casa. Se isso pelo menos funcionar, você estica um pouco. Aguenta 1 ou 2 meses, isso funcionando você talvez aguente os três meses sem o colapso completo da economia. Passou dos 2 meses e meio, três meses, a economia começa a se desorganizar. Estamos esticados, espremidos", considerou.

Guedes defendeu a posição do presidente Jair Bolsonaro contra as medidas de isolamento porque disse que é "uma decisão difícil". Ele também disse que é "válido" os governadores terem apoiado o distanciamento social como forma de prevenção. "O presidente só está avisando que a segunda onda (na área econômica) pode ser destruidora. Se passar um, dois, três meses assim, pode ser que desabe a produção."

Como tem feito em outros discursos, Guedes defendeu a aprovação das reformas econômicas, como a administrativa a tributária, para auxiliar na retomada econômica.

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