O governo americano e a farmacêutica Pfizer firmaram um acordo para fornecimento de 100 milhões de doses a mais da vacina contra a covid-19 desenvolvida em parceria com a alemã BioNTech, o que leva o país a ter 200 milhões de unidades do imunizante da empresa.
Todas as doses são esperadas para serem entregues até julho de 2021. O compromisso resolve o problema dos Estados Unidos que não fez uma pré-encomenda da vacina, mas deixaria países pobres com mais dificuldades de obtê-la.
Os EUA asseguraram ontem que têm contratadas 900 milhões de doses de várias vacinas e poderiam aumentar a cifra a 3 bilhões, o que lhes garantiria “excedentes” que planejam compartilhar com seus aliados no mundo. O país tem uma população de 330 milhões de pessoas, da qual devem ser subtraídos cerca de 70 milhões que não receberão a vacina agora, pois não é indicada a menores de 16 anos.
A agência de notícias Reuters mostrou na quarta-feira, 16, que o mecanismo global para distribuir vacinas contra covid-19 para países mais pobres – o Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde (OMS) – corre risco de fracasso “muito alto”. Isso poderia fazer com que bilhões de pessoas fiquem sem acesso às vacinas até o fim de 2024.
Os documentos obtidos pela agência mostram que faltam fundos, há riscos de ausência de suprimento e existem arranjos contratuais complexos que podem impossibilitar a realização de seus objetivos.
Na mesma linha, um relatório divulgado na semana passada pela People’s Vaccine Alliance – um grupo de organizações não governamentais – alertou que cerca de 70 países pobres ou em desenvolvimento só serão capazes de vacinar uma em cada dez pessoas em 2021.
O Covax, do qual o Brasil faz parte, almeja entregar ao menos 2 bilhões de doses de vacina até o final de 2021 para cobrir 20% das pessoas mais vulneráveis de 91 países pobres e de renda média, a maioria na África, Ásia e América Latina.
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