Um estudo recente sugere que medicamentos para disfunção erétil, como o Viagra, podem reduzir o risco de Alzheimer em até 18%. Pesquisadores analisaram dados de saúde de 270 mil homens e descobriram essa possível ligação. Os resultados foram publicados em um artigo na revista científica Neurology nessa quarta-feira (07).

A pesquisa acompanhou pacientes com diagnóstico de disfunção erétil e avaliou os medicamentos com inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5), como o sildenafil – vendido com o nome Viagra –, o tadalafil e o vardenafil, tinham uma probabilidade menor de desenvolver Alzheimer.

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Viagra

Ruth Brauer, da University College London, destacou a importância desses achados, mas ressaltou a necessidade de mais pesquisas, incluindo ensaios clínicos para entender melhor a dosagem e a extensão do efeito protetor, especialmente em mulheres.

“Esses resultados são encorajadores e merecem mais pesquisas. Precisamos desesperadamente de tratamentos que possam prevenir ou retardar o desenvolvimento do Alzheimer. Um estudo randomizado e controlado com participantes do sexo masculino e feminino é necessário para determinar se essas descobertas também se aplicariam às mulheres”, comemorou a principal autora do estudo, a pesquisadora Ruth Brauer, da University College London, da Inglaterra.

Os cientistas analisaram dados de saúde de pacientes com 40 anos ou mais que haviam recebido diagnóstico de disfunção erétil. O tratamento realizado pelos pacientes e o histórico de saúde foram acompanhados ao longo do tempo. Entre os participantes, 1.119 desenvolveram Alzheimer durante o intervalo de tempo da pesquisa.

Segundo os cientistas, os pacientes que trataram a disfunção erétil com um inibidor PDE5 tiveram 18% menos probabilidade de desenvolver Alzheimer em relação aos demais. Estudos anteriores já sugeriram que os medicamentos dessa classe poderiam reduzir o risco de as pessoas desenvolverem Alzheimer.

Sobre Alzheimer

A Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e alterações comportamentais. A doença instala-se quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado. Surgem, então, fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles. Como consequência dessa toxicidade, ocorre perda progressiva de neurônios em certas regiões do cérebro, como o hipocampo, que controla a memória, e o córtex cerebral, essencial para a linguagem, o raciocínio, a memória, o reconhecimento de estímulos sensoriais e o pensamento abstrato.

A causa ainda é desconhecida, mas acredita-se que seja geneticamente determinada. A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas de idade, sendo responsável por mais da metade dos casos de demência nessa população.