Pedro Henrique
Desde abril, o Rio Grande do Sul tem enfrentado uma tragédia climática com várias enchentes e inundações, deixando a maioria das cidades em situação de calamidade pública. O funcionário público Euller Almeida, que reside em Rio Grande, no sul do estado, contou ao GP1 sua perspectiva sobre a crise.
Localizada às margens da Lagoa dos Patos, a maior laguna do Brasil, a cidade se encontra vulnerável. Euller relatou que, devido à geografia da região, quando a lagoa atinge níveis elevados, a água represada tem dificuldade em desaguar no oceano, inundando várias partes da cidade.
"Aqui a situação tem piorado gradativamente. A cidade é rodeada pela Lagoa dos Patos, consequentemente toda essa água vem pra cá. Passa por aqui para desaguar no oceano, do que depender da direção do vento ela acaba ficando represada e inunda a cidade. Que é o que tem acontecido. Já são muitas pessoas desabrigadas e bairros completamente com água”, disse Euller.
Embora as chuvas tenham cessado nos últimos dias, as inundações persistem na cidade. "Mesmo sem chuva, a cidade está sendo inundada. Isso se deve ao fato de que toda a água do Guaíba e de outros rios passam por aqui, pela lagoa dos patos, o que causa uma elevação no nível da água", explicou o funcionário público.
Diante da falta de ação das autoridades locais, a comunidade tem se mobilizado para ajudar, realizando trabalhos voluntários e oferecendo suporte aos outros. "As autoridades locais têm sido secundárias em ajudas com relação às pessoas, população. A população tem se mobilizado muito para ajudar e socorrer as pessoas. Muitos trabalhos voluntários", lamentou Euller Almeida.
Almeida também compartilhou sua própria contribuição para ajudar os necessitados. "Eu tenho lidado da forma que posso, ajudando as pessoas com doações. Onde moro a água não chegou. Acredito que não chegue aqui por ser mais no meio da cidade. Espero que não”, afirmou.
Número de mortos sobe para 157 após tragédia
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul atualizou para 157 o número de mortos em razão dos temporais que atingem o estado. O boletim divulgado na manhã desta segunda-feira (20) ainda aponta que não há nenhum óbito sendo investigado. O estado registra 88 desaparecidos e 806 feridos.
Confira abaixo o último relatório sobre as ações de resgate nas localidades atingidas. Atualmente, eles são divulgados diariamente às 9h e 18h.
Municípios afetados: 463
Pessoas em abrigos: 76.188
Desalojados: 581.633
Afetados: 2.339.508
Feridos: 806
Desaparecidos: 88
Óbitos confirmados: 157
Óbitos em investigação*: 0
Pessoas resgatadas: 82.666
Animais resgatados: 12.358
Efetivo: 27.708
Viaturas: 4.058
Aeronaves: 21
Embarcações: 271
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