O vereador de Curitiba Renato Freitas (PT) protocolou, nesta quarta-feira, 16, pedido de afastamento dos trabalhos na Câmara Municipal por um período de cinco dias. Segundo a assessoria do parlamentar, ele tem sido alvo de "ameaças constantes e cada vez mais violentas", incluindo de morte, além de injúrias raciais. Assim, o objetivo do pedido de licença seria garantir a ele um período de repouso.
No começo de fevereiro, Freitas liderou um protesto antirracista dentro da igreja Nossa Senhora do Rosário, na capital paranaense. O grupo de manifestantes entrou na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito, no centro histórico, após celebração de uma missa. O episódio rendeu críticas até do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disse que o vereador “não tem direito de invadir a igreja" e que deveria pedir desculpas.
A manifestação foi realizada em homenagem a Moïse Kabagambe, espancado até a morte por cobrar pagamentos atrasados num quiosque do Rio de Janeiro, e a Durval Teófilo Filho, morto a tiros na entrada do condomínio onde morava por um vizinho, que alegou ter pensado se tratar de um ladrão.
O atestado do parlamentar foi apresentado à Câmara Municipal na quarta-feira e justifica as ausências de Freitas nos dias 15 e 16 de fevereiro. O documento não informa qual condição clínica o afastou. Ainda segundo a equipe do vereador, ele vai retomar as atividades parlamentares já na segunda-feira.
O Conselho de Ética da Câmara Municipal de Curitiba aceitou quatro denúncias que pedem a cassação do vereador. Os documentos alegam quebra de decoro parlamentar. Em entrevista ao Estadão no dia 7, o vereador disse que o padre da arquidiocese “não teve empatia”.
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