As relações entre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, podem se acirrar novamente. Desta vez, o motivo da divergência é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a autonomia financeira do BC.
Campos Neto tem se esforçado para fazer a proposta andar no Senado Federal, enquanto Lula e não demonstra apreço pela PEC.
As negociações iniciaram em janeiro, e chegaram a ser interrompidas por uma reação contrária do Poder Executivo. O tema foi tratado durante reunião ocorrida no dia 1º de março entre Campos Neto e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, contudo, as tratativas não saíram como esperado.
Haddad negou ter conversado sobre a PEC, enquanto o presidente do Banco Central admitiu ter discutido o tema, em entrevista à Folha de S. Paulo.
Caso a PEC seja aprovada, o Banco Central passará a ser uma instituição de natureza especial com autonomia técnica, operacional, administrativa, orçamentária e financeira. Com isso, o BC terá independência para gerir um orçamento anual de R$ 4,14 bilhões, dos quais, R$ 3,56 bilhões são destinados a gastos com pessoal e encargos sociais.
Seguindo o modelo proposto, o banco ficaria livre de subordinação hierárquica ao Governo Federal, com supervisão a cargo do Congresso Nacional.
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