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Política

Líderes negam expulsão de Ciro Gomes do PDT e falam em união

Movimento ocorre em meio a pressões por parte de parlamentares que alegam “deslealdade” do ex-ministro.

Um grupo de deputados do PDT apresentará nesta quarta-feira (30) um pedido de expulsão de Ciro Gomes, um dos maiores nomes do partido, em razão de divergências que culminaram em uma crise interna. A justificativa é que a postura de Ciro nas eleições de 2024, especialmente no Ceará, teria levado ao enfraquecimento da legenda e provocado rupturas internas. O movimento ocorre em meio a pressões por parte de parlamentares que alegam “deslealdade” do ex-ministro e acusam-no de priorizar “vinganças pessoais” em vez de defender os interesses do partido.

A presidência nacional do PDT, no entanto, tenta evitar uma ruptura definitiva, defendendo publicamente a reunificação dos filiados. André Figueiredo, presidente nacional em exercício, afirmou que o objetivo é buscar uma reaproximação, enquanto Carlos Lupi, ministro da Previdência e presidente licenciado da legenda, destacou que o foco deve ser “avaliar o futuro” da sigla. Embora a possibilidade de expulsão esteja sendo debatida, pedetistas reconhecem que a influência de Ciro, vice-presidente do partido desde 2015, torna essa medida improvável.

A crise se agravou após a Juventude Socialista do PDT declarar apoio ao petista Evandro Leitão na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, contrariando a neutralidade adotada pelo partido localmente. Ciro reagiu publicamente à posição da juventude, afirmando que não aceitaria o PDT como “puxadinho do PT”, uma declaração vista por alguns integrantes como uma demonstração de força e um desafio à liderança nacional. A neutralidade oficial do partido, no entanto, impediu sanções contra membros que apoiaram abertamente o candidato bolsonarista André Fernandes.

O PDT amargou uma queda expressiva nas eleições de 2024, elegendo apenas 150 prefeitos, em comparação com 314 no pleito anterior. No Ceará, principal reduto da família Ferreira Gomes, a legenda caiu de 67 para apenas cinco prefeitos. Esse enfraquecimento é atribuído ao rompimento entre Ciro e seu irmão, o senador Cid Gomes, que migrou para o PSB e apoiou Leitão, do PT, na eleição municipal.

Nos bastidores, cogita-se que o PDT busque alternativas para se fortalecer, incluindo a possibilidade de formar federações com partidos como PSD, PSDB e PSB. A ruptura entre Ciro e Cid, iniciada em 2022, quando o ex-ministro insistiu em lançar candidatura própria à presidência, afastou o PDT da aliança com o PT. Desde então, Ciro tem evitado apoiar candidatos petistas, ampliando o distanciamento interno e deixando o futuro da legenda em aberto.

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