Dez ministros de Lula recebem supersalários com “bicos” em conselhos

Dez ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizam “bicos” em conselhos de empresas ou entidades parentais. Segundo levantamento realizado pelo site Poder360, com isso, eles conseguem praticamente dobrar o valor do salário que recebem como integrantes do Executivo.

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, está ocupando o topo do ranking de maior salário por renda extra. Além dos R$ 40 mil que recebe como ministro, ao todo ele ganha pouco mais de R$ 80 mil por mês. Isso acontece porque além do salário no Executivo, Lupi ainda obtém R$ 36 mil por ser membro do Conselho de Administração da Metalúrgica Tupy.

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Somado a essa quantia, há também os jetons de R$ 4.770,00 depositados ao ministro cada vez que ele vai as reuniões do Conselho Fiscal do Sesc, cargo para o qual ele se autonomeou, em janeiro. Acontece pelo menos um encontro por mês.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, aparece em segundo lugar no ranking. Quando somadas a remuneração do cargo político com o valor que recebe como integrante do Conselho da Tupy, ao qual foi nomeada em agosto, é totalizado um valor de quase R$ 80 mil.

No conselho de Administração da Itaipu Binacional, são cinco ministros indicados pelo governo Lula. Segundo o levantamento, eles recebem mensalmente cerca de R$ 30 mil por mês para comparecer somente a seis reuniões ordinárias por ano, e também a reuniões extraordinárias, que podem ser convocadas a qualquer momento.

Ministros se manifestam

Os Ministros de Lula responderam aos questionamentos sobre os supersalários que recebem. A ministra Anielle Franco disse que “é comum a tentativa de desqualificação das mulheres em geral, principalmente das mulheres negras, por meio de questionamentos feitos única e exclusivamente a elas”. Além disso, ela ainda informou que é “necessária” a presença de pessoas negras em espaços decisivos.

A assessoria de Carlos Lupi informou que que as reuniões no conselho não interferem em nada no trabalho em que ele desempenha na pasta e que ele foi indicado ao conselho pela sua experiência no BNDES.