O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou sua satisfação com as perspectivas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção de um gasoduto na Argentina. A declaração foi feita após um almoço entre Lula e o presidente argentino, Alberto Fernández, nesta segunda-feira, 26.
Essa foi a quinta reunião entre os líderes neste ano, e a quarta visita de Fernández a Brasília. Lula ressaltou que Brasil e Argentina adotaram um plano de ação com cem frentes para o desenvolvimento da integração econômica, que representa "um ambicioso plano de ação para o relançamento da aliança estratégica".
"Essas quase cem ações concretizam nosso projeto conjunto de desenvolvimento", afirmou Lula. "Fico muito satisfeito com as perspectivas positivas de financiamento do BNDES para a exportação de produtos destinados à construção do Gasoduto Presidente Néstor Kirchner."
No que diz respeito ao financiamento para exportações, Lula destacou que "não faz sentido que o Brasil perca espaço no mercado argentino para outros países, porque estes oferecem crédito e nós, não". Embora não tenha mencionado valores específicos, o ex-presidente mencionou a criação de uma linha de crédito.
Com a eleição de Lula, a Argentina já considera garantidos US$ 689 milhões de financiamento do BNDES para concluir a construção do segundo trecho de um gasoduto de quase 500 quilômetros.
Enfrentando uma grave crise econômica, o país vizinho registrou um avanço de 7,8% no índice de preços ao consumidor (CPI) em maio em relação a abril, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). Esse resultado representa uma aceleração acumulada de 114,2% nos últimos 12 meses, superando o aumento de abril, que foi de 108,8%.
Moeda comum
Além disso, Lula defendeu a adoção de uma moeda de referência específica para o comércio regional entre os países, sem eliminar as moedas nacionais - o real e o peso argentino. Segundo o ex-presidente, essa nova moeda seria usada apenas nas transações comerciais regionais. Há um mês, Lula mencionou a ideia de criar uma moeda comum para as transações comerciais em toda a América do Sul durante uma reunião dos presidentes no Itamaraty. No entanto, essa proposta ainda não avançou.
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