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Política

Lula usa tragédia em escolas para atacar a direita

Além disso, o presidente da República ainda defendeu a regulamentação das redes sociais.

Durante uma reunião com ministros e governadores para discutir a violência nas escolas, realizada nesta terça-feira (18), o presidente Lula atribuiu os casos recentes de criminalidade em escolas e creches do país a uma cultura de uso de armas, que, segundo ele, se desenvolveu no Brasil. Além disso, o presidente defendeu a regulamentação das redes sociais, citando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como uma das principais autoridades do país no assunto.

Embora não tenha mencionado diretamente o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula afirmou que a cultura de armas é um fator que contribui para os atentados, como o ocorrido em Blumenau, Santa Catarina, em 5 de abril, quando um homem matou quatro crianças e feriu outras cinco com um machado.


O presidente ainda ressaltou a predominância de informações falsas e fake news nas redes sociais e citou as eleições no Brasil em 2022 e 2018, bem como a eleição presidencial dos Estados Unidos, como exemplos. “Há uma predominância da rede digital do mal. As pessoas gostam de mentira, as pessoas gostam de fake news. É só ver como foi a última eleição neste país, como foi a eleição nos Estados Unidos, como foi a eleição de 2018. A gente vai ver que existe uma predominância de divulgar o falso, de divulgar a mentira”, declarou.

Lula afirmou que conteúdos que ensinam crianças a atirar são divulgados diariamente, sem dar um exemplo específico. Ele criticou a promoção de armas e a disseminação do ódio, e destacou que não se pode permitir a propagação dessas ideias, especialmente para crianças. “Não é possível que eu possa pregar o ódio, fazendo propaganda de arma, ensinando criança a atirar, é isso que a gente vê todo santo dia”.

Para resolver o problema, disse ele, é necessário regular as redes sociais e discutir os limites da liberdade de expressão. “Eu resumiria essa reunião aqui na frase do Alexandre de Moraes: as pessoas não podem fazer na rede digital aquilo que é proibido na sociedade”, declarou.

Em seguida, Lula acrescentou: “Vou confessar uma coisa que eu penso há muito tempo: ou nós temos coragem de discutir a diferença entre liberdade de expressão e cretinice, ou não vamos avançar muito.”

O presidente Lula defendeu a discussão acerca da "possibilidade de educar os pais", isto é, pessoas conservadoras que apoiam a posse e o porte de armas para defesa pessoal. Ele questionou o motivo pelo qual uma criança pode pensar que uma arma é uma solução e afirmou que isso não vem da leitura da Bíblia ou de livros escolares, mas sim da influência dos pais dentro de casa. "Quando uma criança acha que uma arma é uma solução, por que ela pensa assim? Ela leu na Bíblia? Não. Viu no livro escolar? Não. Ela ouviu do pai ou da mãe dentro de casa”, afirmou.

Lula, cujo governo destinou apenas R$ 150 milhões aos estados para combater a criminalidade nas escolas, repetiu pelo menos três vezes que o problema não será resolvido com dinheiro, mas sim com discussões políticas.

No seu discurso, o presidente ignorou as falas do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), e do prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt (Podemos). Eles lembraram que a própria mãe do assassino da creche de Blumenau disse que o filho piorou muito depois de passar a usar drogas. Lula nada falou sobre a prevenção do uso de drogas ou sobre ações mais severas contra o tráfico. Ao contrário, o ministro dos Direitos Humanos de Lula, Silvio Almeida, defende a descriminalização das drogas para reduzir o número de presos.

Ao concluir seu discurso, Lula fez questão de elogiar Alexandre de Moraes, destacando que ele possivelmente seja o maior especialista em fake news do país. "É por essa razão que convidamos Alexandre, não só por ser o presidente do TSE, mas também pela função que ele exerce no combate às fake news, o que o torna o maior especialista do país neste momento", finalizou o presidente.

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