Em segundo lugar nas principais pesquisas de intenção de voto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) avançou e reduziu a distância para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em São Paulo e em Minas Gerais, os dois maiores colégios eleitorais do País. Levantamentos da Genial/Quaest divulgados nesta semana mostram que a vantagem do ex-presidente sobre o atual chefe do Executivo entre o eleitorado paulista, por exemplo, já está dentro da margem de erro, ou seja: empate técnico.
Na primeira semana de agosto, os números da Quaest em São Paulo mostraram o petista com 37% das intenções de voto e o presidente, com 35%. No levantamento anterior, Lula tinha 37% e Bolsonaro, 32%. Em Minas, a mudança também foi significativa. A distância entre ambos caiu nove pontos em um mês. Lula tem agora 42%, ante 33% de Bolsonaro. A pesquisa anterior apontava Lula com 46% e Bolsonaro, com 28%.
Maior colégio eleitoral do País, São Paulo tem 22,16% da população apta a votar este ano. Minas é o segundo maior, com 10,41%. Juntos, os Estados abrigam um a cada três votantes do País.
No caso de Minas, o diretor da Quaest, Felipe Nunes, informa que Bolsonaro cresceu no eleitorado de renda baixa e no eleitorado de renda alta. “Neste segundo grupo, o crescimento foi superior à margem de erro, 12 pontos. Na renda baixa, chama atenção a queda de 8 pontos nas intenções de voto de Lula e o crescimento de 7 pontos de Bolsonaro”, escreveu o especialista em pesquisas eleitorais.
Outra mudança significativa foi captada entre os evangélicos mineiros. O empate técnico observado em julho se transformou em uma diferença pró-Bolsonaro de 18 pontos percentuais nesse segmento. Nunes afirma que é possível dizer que o atual presidente reverteu votos que eram dados antes ao petista. Já em relação à pesquisa nacional, o pesquisador avalia que Bolsonaro recuperou votos de evangélicos que defendem até então a chamada terceira via.
A pesquisa nacional citada por Nunes e divulgada pela Genial/Quaest na semana passada confirma a movimentação dos candidatos, mesmo que na margem de erro. Lula oscilou negativamente de 45% para 44% entre julho e agosto. Já Bolsonaro oscilou para cima, de 30% para 32%.
Para a professora de Ciência Política Silvana Krause, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a redução da vantagem de Lula pode indicar ainda um ganho de Bolsonaro entre os eleitores que antes não estavam satisfeitos com o seu governo.
“Temos nas pesquisas um perfil de eleitor que diz que poderia votar em Bolsonaro ou Lula. Essa redução da vantagem (do petista) pode indicar um ganho do Bolsonaro sobre aquele que estava dizendo que poderia votar em Bolsonaro, mas não estava satisfeito com a agenda negativa dele”, diz Silvana.
A avaliação das pesquisas de julho e de agosto da Quaest, no entanto, não permite uma comparação completa, já que houve mudança no cenário de nomes testados. Foram removidos da lista, por exemplo, os então pré-candidatos André Janones (Avante), que deixou a disputa para apoiar Lula; Luciano Bivar (União Brasil), que deu lugar a Soraya Thronicke, do mesmo partido; e Pablo Marçal (Pros). Além da senadora Thronicke, o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) passou a compor o leque de opções apresentado ao eleitor.
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