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Política

Arthur do Val decide renunciar ao mandato na Assembleia de São Paulo

O deputado teve o mandato cassado pelo Conselho de Ética no dia 12. O caso ainda vai ao plenário.

O deputado estadual Arthur do Val (União Brasil), o Mamãe Falei, decidiu renunciar ao mandato na Assembleia Legislativa de São Paulo. "Vou renunciar ao meu mandato em respeito aos 500 mil paulistas que votaram em mim, para que não vejam seus votos sendo subjugados pela Assembleia. Mas não pensem que desisti, continuarei lutando pelos meus direitos”, disse o deputado, que se referiu a refugiadas ucranianas com falas machistas e sexistas. Os áudios foram divulgados e deram origem a um processo de cassação.

No dia 12, o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa decidiu, por unanimidade, acatar o relatório que pedia a cassação do mandato do deputado. A renúncia anunciada por Arthur do Val não interrompe o processo. O caso ainda será analisado pelo plenário da Assembleia. “Sem o mandato, os deputados agora serão obrigados a discutir apenas os meus direitos políticos e vai ficar claro que eles querem na verdade é me tirar das próximas eleições", disse Arthur do Val. Ele afirmou ainda ter sido vítima de um processo "injusto e arbitrário" na Alesp.


Para escapar da possibilidade de perder os direitos políticos, Arthur do Val teria de renunciar ao mandato antes do início do processo de cassação.

Votado em regime de urgência no Conselho de Ética, a punição foi sustentada pelo relator, deputado Delegado Olim (PP), com base em três denúncias: captação irregular de recursos para uma entidade civil; confecção de coquetéis molotov e o envio de áudios depreciativos às mulheres ucranianas.

Os áudios de Arthur foram divulgados no início de março, quando o parlamentar estava na Ucrânia enviado pelo Movimento Brasil Livre (MBL). Nas gravações, o deputado afirmou que as mulheres ucranianas eram "fáceis porque eram pobres". “São fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas ‘minas’, em dois grupos de ‘mina’. É inacreditável a facilidade. Essas 'minas' em São Paulo você dá bom dia e ela ia cuspir na sua cara e aqui são super simpáticas", disse. O conteúdo também incentivava a realização de turismo sexual, já que o político afirmou que voltaria ao país após a guerra.

Mais de 20 representações pedindo a cassação do deputado estadual foram enviadas ao Conselho de Ética da Alesp, que unificou as peças em um único documento.

Na época, a defesa de Arthur afirmou que o deputado não violou os preceitos que levariam a uma cassação e que não houve prática de irregularidades.

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