A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, avisou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de que desistiu de ser candidata ao Senado pelo Amapá. Damares enfrenta forte oposição do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que é candidato à reeleição e não quer vê-la como oponente.
Damares tem enfrentado dificuldades até mesmo para encontrar um partido que a acolha. Nem o PL de Bolsonaro deixou as portas abertas para a ministra: o presidente do diretório estadual da legenda, Vinícius Gurgel, é aliado de Alcolumbre e, de acordo com aliados da ministra, tem criado empecilhos para a filiação.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, não recebeu até hoje pedido expresso de Bolsonaro para ordenar a recepção de Damares no partido. Para sair candidata, a ministra precisa deixar a pasta e se filiar a uma sigla até 2 de abril.
Uma opção seria Damares sair candidata pelo PRTB, mas ela resiste à ideia em razão dos poucos recursos e do pouco tempo de TV do partido. A ministra também comunicou sua decisão de não entrar no páreo a colegas de Esplanada, durante festa-surpresa de aniversário de Bolsonaro, nesta segunda-feira, 21, no Palácio do Planalto.
Pelos cálculos do presidente, de oito a nove ministros devem deixar os cargos para disputar as eleições de outubro. Nesta lista está o general Braga Netto, cotado para vice na chapa de Bolsonaro. A ideia é que todos saiam do governo no próximo dia 31.
Bolsonaro quer construir uma bancada forte no Senado para eventual segundo mandato. Ele escalou Damares para concorrer no Amapá justamente com o objetivo de enfrentar Alcolumbre.
O Estadão apurou que Bolsonaro ainda tentará reverter a decisão de Damares.
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