O ministro das Comunicações, Fábio Faria, anunciou nesta terça-feira, 22, que não disputará as eleições em outubro e permanecerá no governo até o fim do mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL). Faria era cotado como candidato ao Senado pelo Rio Grande do Norte. Ele disputava o apoio do presidente com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que deverá se candidatar ao cargo.
“Hoje venho aqui compartilhar com vocês que eu permanecerei ministro das Comunicações. Não serei pré-candidato ao Senado Federal”, disse Faria. “Tive hoje uma conversa com o ministro Rogério Marinho, já tinha tomado essa decisão, mas hoje nós decidimos fazer essa comunicação, retirar a pré-candidatura”, completou.
O ministro afirmou que desistiu de disputar as eleições por entender que seu maior legado será a entrega do 5G nas 27 capitais do País, que ocorrerá em julho. A lei exige que ocupantes de cargos públicos deixem suas funções até 2 de abril, seis meses antes do primeiro turno, se quiserem disputar eleições.
Bolsonaro prepara uma reforma ministerial para o fim de março e já falou em até onze mudanças na equipe que, atualmente, tem 23 titulares. Além de Faria, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também deve permanecer no cargo. Até agora, o presidente tem dito que vai dar preferência a substituições internas, nomeando secretários executivos para o lugar dos titulares.
Faria é deputado federal licenciado pelo PSD, está prestes a mudar para o Progressistas do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), e havia manifestado o desejo de concorrer ao Senado. Seu plano, porém, se chocou com o do colega Rogério Marinho.
Fizemos o leilão 5G e ainda quero ver a tecnologia funcionando nas 27 capitais até julho deste ano. Sei o que isso vai impactar a vida das pessoas, sei a transformação que isso vai trazer para o país. ???????? pic.twitter.com/0dVyBgPa3H
— Fábio Faria ???????????????????????? (@fabiofaria) February 22, 2022
Embate
Nos bastidores, Faria e Marinho protagonizavam um embate pela preferência de Bolsonaro e das forças políticas governistas no Rio Grande do Norte. O presidente avisou que não iria arbitrar o confronto e pediu que os dois se entendessem.
O líder do Executivo já havia sinalizado, em live no último dia 10, que apoiaria Marinho nas eleições para o Senado no Rio Grande do Norte. Um dia antes, durante evento de inauguração de obras da transposição do Rio São Francisco, em Jardim de Piranhas (RN), o próprio Faria disse que apenas um dos ministros pleitearia o cargo.
As falas do ministro nessa ocasião renderam uma representação do Ministério Público Eleitoral no Rio Grande do Norte contra ele por propaganda eleitoral antecipada. De acordo com a representação, o evento teve sua finalidade desviada e se tornou um ato político eleitoral.
“Nós temos um projeto”, afirmou Faria. “O projeto de reeleger o presidente Bolsonaro”, completou. “Porque entre eu e o Rogério, e em nome do projeto do Estado, só vai sair um…Porque a nossa missão é tirar essa governadora mentirosa”, disse o ministro das Comunicações.
Nesta terça-feira, 22, Marinho foi às redes sociais para elogiar a atitude do colega. “Agradeço ao Min. das Comunicações, meu amigo dep. fed. @fabiofaria, pelo desprendimento e generoso gesto. Fábio abriu mão da pré-candidatura ao Senado, pelo nosso RN, em prol de um projeto em que juntos vamos levar adiante a mudança necessária na política do Estado”, escreveu o ministro no Twitter.
Agradeço ao Min. das Comunicações, meu amigo dep. fed. @fabiofaria, pelo desprendimento e generoso gesto. Fábio abriu mão da pré-candidatura ao Senado, pelo nosso RN, em prol de um projeto em que juntos vamos levar adiante a mudança necessária na política do estado... Segue ????
— Rogério Marinho (@rogeriosmarinho) February 22, 2022
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