A fala do presidente eleito da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em que ele afirma que vai discutir com as igrejas o comportamento delas em relação às vacinas e às mortes da covid-19, foi repudiada pela Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional (FPE).
“Diante do fatídico caso, a FPE vem a público repudiar toda e qualquer ação, ato de discriminação ou preconceito”, apontou a nota oficial, divulgada na sexta-feira 25. “Bem como reafirmar o seu compromisso com a comunidade evangélica, por meio da equidade, zelando pela defesa do povo brasileiro e pelo enfrentamento de toda forma de intolerância praticada contra quem quer que seja”, continuo a nota.
Lula disse que gostaria de discutir com os “chefes” das igrejas evangélicas e interpelá-los sobre “a questão das vacinas” da covid-19. A declaração do presidente eleito ocorreu na últina quinta-feira (24), durante encontro com a equipe de transição da Saúde.
“Pretendo procurar várias igrejas evangélicas e discutir com o chefe delas: ‘Olha, qual é o comportamento de vocês nessa questão das vacinas? Ou vamos responsabilizar vocês pela morte das pessoas?”, declarou o próximo presidente brasileiro.
Ainda na ocasião, Lula afirmou que deseja desculpas daqueles que “combaterem a vacina”. “A gente não pode achar que vai anunciar a vacina, e o povo vai tomar. O povo tem de ser convencido novamente a tomar vacina. E vamos ter de pegar muita gente que combateu a vacina, e vai ter de pedir desculpa”, disse o petista.
Na avaliação da FPE, o “pegar muita gente” dito pelo petista se refere aos evangélicos, visto que Lula não se referiu a nenhuma outra organização religiosa nem tão pouco a sindicatos em sua declaração.
“Não compactuamos com quaisquer tipos de violação de direitos. Zelamos pelo cumprimento das leis, especialmente da lei maior do país, nossa Constituição, que traz a cidadania e a dignidade da pessoa humana como fundamentos”, finalizou a FPE.
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