Nesta terça-feira (25), durante uma entrevista no Flow Podcast, o ex-procurador da Operação Lava Jato, agora deputado federal eleito Deltan Dellagnol (Podemos-PR), relatou que a terceira acusação de corrupção contra o ex-presidente e agora candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nunca foi encaminhada à Justiça.
Em entrevista, o procurador falou sobre a decisão do Supremo, “talvez fosse a mais escancarada de todas, mas não deu tempo de julgar porque o Supremo anulou antes” afirmou o deputado eleito pelo Paraná.
A conversa contou com a participação do ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro (União Brasil), agora senador eleito pelo Paraná.
O caso estava sob investigação quando o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou a 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba incompetente para julgar os processos na Lava Jato e anulou a investigação.
De acordo com Dellagnol, o dinheiro saía da Odebrecht, era transferido para o Instituto Lula e foi utilizado para comprar o apartamento ao lado da antiga residência do ex-presidente, em São Bernardo do Campo (SP). O procurador ainda afirmou que Lula teria desviado R$ 12,4 milhões que a construtora Odebrecht repassou ao Instituto Lula e usado o dinheiro para comprar um apartamento em São Bernardo do Campo (SP).
Dellagnol afirmou que o valor movimentado pelo ex-presidente chegaria aos 30 milhões, "esse terceiro processo envolvia dinheiro que saía da Odebrecht e ia parar no apartamento do lado de onde ele vivia em São Bernardo do Campo. Ele quebrou a parede e passou a ocupar o apartamento. E nesses imóveis estavam envolvidos coisa de R$ 12,4 milhões. Se você somar esses benefícios pessoais e atualizar, o valor dá R$ 30 milhões. Fora o fato de que ele foi condenado por corrupção no esquema maior, da Petrobras”, disse Dallagnol.”, disse o deputado eleito.
Lula foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em dois processos: o do sítio de Atibaia e do tríplex do Guarujá. As duas condenações foram anuladas e a investigação sobre o terceiro fato não pode ser retomada, “esse [terceiro] processo foi derrubado antes de ser julgado por conta de decisão do Supremo. Esses processos não têm jeito de ser retomados porque quando a decisão do Supremo anula tudo, inclusive as buscas e apreensões, impede que você use documentos que você apreendeu. E não tem como restituir aqueles documentos. Você não vai devolver para o réu e conseguir apreender de novo”, disse.
Veja um trecho da entrevista
Ver todos os comentários | 0 |